Depois de dirigir o longa-metragem britânico O Pior dos Pecados, um filme bem
mediano, o cineasta Rowan Joffe ganha mais uma chance de aparecer, dessa vez
com um elenco de primeira, com o suspense Antes
de Dormir. O filme tem uma narrativa muito interessante mas os três atores
que contornam a trama é quem levam a fita nas costas, prendem o espectador em
exatos momentos chaves fazendo com que haja uma grande interesse em desvendar o
grande mistério que cerca a história.
Na trama, conhecemos Christine (Nicole Kidman), uma mulher
que anos após sofrer um acidente misterioso todo dia acorda sem lembrar quem é.
Seu marido Ben (Colin Firth) faz de tudo para que tudo possa ser o mais natural
possível, explicando todas as manhãs sentado na cama toda sua história. Até que
um dia, uma nova variável aparece, o Dr Nasch (Mark Strong) um médico que nutre
uma paixão por Christine e tenta ajudá-la a descobrir os mistérios por trás de
sua trajetória de vida.
O roteiro, assinado pelo próprio diretor, baseado em um Best-seller
de S.J Watson, é muito competente e cumpre a missão de deixar lacunas abertas
de propósito para que o público aos poucos vá se surpreendendo com o andamento
da história. A competência cênica dos três ótimos atores é fabulosa e
transforma um possível filme regular em um surpreendente longa-metragem de
suspense. Como no pôquer, muitos personagens vão escondendo quem realmente são
e as revelações feitas deixam o público intrigado com a trama.
Com a onda de filmes indicados ao Oscar no line-up das
distribuidoras aqui do Brasil, Antes de
Dormir teve seu lançamento adiado (provavelmente, deve estrear dia 22 de
janeiro) e pode cumprir muito bem um espaço deixado pelo circuito nesse começo
de ano, bons filmes de suspense. Com pouco mais de 90 minutos de fita, Antes de
Dormir cumpre o que se propõe: surpreender o público.