Após os ótimos trabalhos como diretor dos filmes Capote e O Homem Que Mudou o Jogo, e mantendo-se na linha das histórias
verídicas, o cineasta nova iorquino Bennett Miller resolve contar uma história
que chocou a nação americana. Foxcatcher
- Uma História que Chocou o Mundo é um filme que demora para decolar, é
como se um avião percorresse toda uma pista de aeroporto sem conseguir levantar
voo. Com atuações abaixo do esperado
e um roteiro que deixa muito a desejar, o filme se torna maçante ao longo dos
intermináveis 129 minutos de projeção.
Na trama, somos apresentados a uma história real que chocou
os Estados Unidos anos atrás. Mark Schultz, campeão mundial de luta
greco-romana, vive em sua rotina difícil entre treinos com o irmão David (Mark
Ruffalo) e um pacato e nada esperançoso cotidiano quando chega em sua modesta
casa. Sem incentivo para seguir lutando, Mark estava a beira do desespero
quando um dia, um milionário nada normal chamado John Du Pont (Steve Carrell) oferece
a Mark a chance que sempre sonhou. Com o passar do tempo, a relação entre os
dois vai se tornando obsessiva e declina para as drogas e humilhações que Du
Pont executa. Situação que leva essa história a um desfecho trágico,
principalmente quando o irmão de Mark entra de vez nessa história.
O único respiro do roteiro, assinado pela dupla E. Max Frye
e Dan Futterman, é a subtrama que envolve a relação entre os irmãos lutadores.
Você consegue entender melhor o impacto das consequências que acontecem ao
longo da fita por meio de ótimos diálogos entre Mark e Dave. Isso ocorre muito
mais pela força cênica de Ruffalo do que qualquer ação mais expressiva de
Tatum. Alguns detalhes que poderiam construir melhor o personagem John Du Pont,
como uma maior profundidade na história com sua mãe (vivida por Vanessa
Redgrave), é praticamente esquecida pelo diretor. A história não se mostra
interessante 90% do tempo.
Steve Carrell, um dos protagonistas, teve o personagem John
Du Pont nas mãos mas não consegue o fazer interessante (extremamente forçada
suas nomeações em premiações, teve gente muito melhor que ele fazendo trabalhos
mais competentes nesse ano). Channing Tatum, o outro protagonista, se esforça,
mas os músculos ainda vem na frente do talento. O único que brilha é Mark Ruffalo
que faz o que pode para que o filme não se transforme em um sonífero daqueles
bem fortes.