Podes ter de travar uma batalha mais de uma vez, para a
vencer. Após o interessante Sete Dias
com Marilyn, o cineasta britânico Simon Curtis volta à direção de uma
longa-metragem, dessa vez para falar sobre uma história incrível de
determinação e inteligência baseada em fatos reais. A Dama Dourada, passado na década de 80, na Califórnia, é um drama
com cirúrgicas pitadas de humor, oriundo da interpretação digna de Oscar de uma
das grandes atrizes britânica em atividade: Helen Mirren. No elenco ainda o excelso
Daniel Brühl e a surpreendente atuação do ex-Lanterna Verde, Ryan Reynolds.
Na trama, conhecemos Maria Altmann (Helen Mirren), uma
senhora inteligente e com muito bom humor, que por um longo tempo viveu os
horrores da guerra. Sobrevivente do Holocausto e vivendo nos Estados Unidos a
muito tempo busca a ajuda de um jovem e inexperiente advogado, neto de um
grande compositor austríaco, Randol Schoenberg (Ryan Reynolds) para recuperar a
obra de arte, Retrato de Adele Bloch-Bauer I, do pintor austríaco Gustav Klimt,
que ficou mais conhecido como The Lady in Gold . Essa obra de arte pertencente
à sua família e foi roubada pelos nazistas durante a guerra. Assim, o sonho
dessa senhora é recuperar o quadro que está exposta em um museu na Áustria,
para isso vai processar o governo austríaco e lutar pelos seus direitos.
Existe muito carisma em cena. Helen Mirren e Ryan Reynolds,
surpreendentemente encontram uma química maravilhosa. O surpreendente referido,
não é pela ótima Mirren mas sim pelo quase sempre fraco em atuações Reynolds. A
competência de Simon Curtis é de fundamental ajuda para ficarmos sem conseguir
tirar os olhos da telona. O roteiro é muito dinâmico/inteligente e fecha todos
seus arcos explicando com cuidado e muita sapiência. Os coadjuvantes são muito
bem representados por Daniel Brühl já que Katie Holmes, que interpreta a esposa
de Randol Schoenberg (Reynolds) praticamente nem aparece em cena, sendo anulada
completamente da história.
As situações apresentadas dentro de ambientações na época
para o decorrer dos fatos daquele tempo, transportam o espectador para dentro de
uma história repleta de drama sobre uma família, que assim como milhares, sofreram
os horrores da guerra, tendo seus bens roubados e principalmente suas vidas
alteradas para sempre. Nesta bela fita, que estreia aqui no Brasil em agosto, há
muita delicadeza e atuações acima da média para tratar de um tema tão pesado
como as ações dos nazistas na mais famosa das guerras mundiais.