Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto
é realidade. Baseado na obra de Emma Donoghue, um dos filmes mais emocionantes
das temporadas de premiações importantes do cinema mundial é sem dúvidas esse O Quarto de Jack (Room). Dirigido pelo
cineasta irlandês Lenny Abrahamson, do interessante Frank, é uma aula de como o amor familiar pode vencer as barreiras
mais difíceis que a vida coloca em nossa direção. Com uma atuação esplêndida da
dupla Brie Larson e Jacob Tremblay, Room
(no original) é um dos filmes que vai estar em algumas categorias no próximo
Oscar com toda certeza.
Na trama, conhecemos a história de Jack (Jacob Tremblay), um
menino que acaba de fazer 5 anos e mora com a mãe em um quarto de 10 metros
quadrados. A rotina do menino é ver televisão, ler e sonhar. Conforme a
curiosidade, sobre o mundo fora do quarto, do menino começa a fica mais intensa,
a mãe chamada de Ma, depois de Joy, (Brie Larson) embarca em uma jornada de
explicações sobre a situação que vivem e o que realmente existe fora daquele
quarto. Até que um dia, mãe e filho bolam um plano para conseguir sair do lugar
onde vivem.
O universo dos sonhos é o caminho para enfrentarmos os
absurdos que somos expostos em nosso cotidiano. A produção, que venceu o Grande
Prêmio do Público no Festival Internacional de Cinema de Toronto 2015, fala bastante
sobre a imaginação e o universo do sonhar. Nesses momentos, o ator mirim Jacob
Tremblay vira gente grande e domina com uma força enorme as sequências. Impressionante
a atuação de Jacob.
O filme cresce demais no segundo ato, numa luta quase desesperada
da mãe para explicar ao seu filho como de fato é o mundo fora daquele quarto. Sequestrada
faz sete anos, quando voltava da escola aos 17 anos, Joy possui uma esperança
muito forte ainda de que vai conseguir fugir com seu filho e voltar para sua
família. Nesse e em outros momentos de emoção, somos testemunhas de uma
interpretação fabulosa da atriz californiana Brie Larson.
Após uma virada na história, já quase nos atos finais, o
mundo aos olhos de Jack se torna outro, é como se nascesse outra vez. O
interessante e muito bem abordado é a situação da mãe nessa virada, onde
encontra mais dificuldades ainda na transformação. Joy entra em uma depressão profunda
e fica bastante confusa sobre o velho e o novo mundo que agora está presente.
O Quarto de Jack
(Room) estreia no Brasil dia 18 de fevereiro do próximo ano e promete
emocionar bastante nossos cinéfilos. Uma das lindas lições que o filme nos
passa é a de que Monstros são grandes demais para existir, principalmente
quando temos pessoas que nos amam perto da gente. Não deixem de assistir a esse
filme. Belo trabalho.