Apenas em torno de uma mulher que ama se pode formar uma
família. Escrito, dirigido e protagonizado pela atriz israelense Natalie
Portman, De Amor e Trevas é um filme
forte que explica bastante sobre uma região conflituosa de nosso planeta. O
trio principal em cena dá um show de elegância e força de atuação, prende a
atenção do espectador a todo instante. Excelente estreia de Natalie Portman na
direção de um longa-metragem.
Na trama, conhecemos um jovem menino que vive com sua
família durante a guerra em Jerusalém. Aos olhos do pequeno Amos vamos
conhecendo as profundezas de sua trajetória marcada pelo abalo emocional de sua
mãe Fania Oz (Natalie Portman) e as dúvidas e incertezas que pairam sobre seu
pai Arieh Oz (Gilad Kahana). Após uma tragédia que abala sua família, Amos
resolve seguir seu caminho sozinho e se torna uma pessoa de expressão na vida
política do lugar onde vive.
Há um pouco de Mallick, metáforas belíssimas sobre as tão
imensuráveis emoções. A trilha sonora desliza sobre os impactantes arcos do
roteiro escrito pela própria Natalie Portman, baseado em memórias de Amos
Oz. Pelo contexto familiar , vamos
conhecendo mais sobre a história mundial, por conta do contexto forte externo
que impacta na vida desses que sofreram com horrores de guerras entre homens.
O roteiro é excelente. Em seu primeiro ato, a história nos
apresenta seus personagens, o cotidiano e referências que fazem uma inteligente
ponte com as sequências da trama. O segundo ato mescla as diversas tentativas
de serem uma família em meio a uma guerra sem fim, já começa a colocar o filme
em um plano profundo de descobertas, ações e consequências. O terceiro ato é o
mais profundo pois aborda as consequências psicológicas da mãe que causa um
grande rompimento familiar. Ao final do
longa-metragem, muitos vão se emocionar, principalmente quem conseguir criar
paralelos e se aproximar desta bela história.