A imaginação é mais importante que a ciência, porque a
ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro. Escrito
e dirigido pelo cineasta californiano Charlie McDowell (do inusitado The One I Love) volta para trás das câmeras
dessa vez para um filme exclusivo do canal de streaming Netflix, o bom drama
mesclado com suspense The Discovery.
Falando sobre a vida após a morte e toda a consequência que uma comprovação
como essa pode ter em um mundo tão globalizado como o de hoje, o projeto traça
um raio x de uma família onde cada elemento representa uma linha de pensamento
diferente sobre os fatos apresentados.
Na trama, conhecemos Will (Jason Segel), uma alma perdida de
meia idade que viaja rumo a casa de seu pai, o cientista Thomas Harbor (Robert
Redford) que vive recluso em uma ilha e após inúmeros experimentos descobriu
que existe vida após a morte. A repercussão da descoberta causa uma onda de
suicídios no mundo todo e Will se sente claramente culpado. Ao longo dessa
viagem de volta para casa, o protagonista encontrará pelo caminho Isla (Rooney
Mara), a variável amor que não havia conhecido.
O roteiro é muito interessante mas seu entendimento
completo, principalmente o desfecho, é complexo. O espectador precisa estar de
olhos atentos as passagens dos personagens. Cada elemento da família representa
um ponto de vista sobre os experimentos de Thomas Harbor, que de tão cheio de
regras e obsessões acaba se camuflando como seita quando o cientista resolve
abrigar pessoas que tentaram se suicidar em sua casa. A visão do protagonista
Will sobre tudo isso gera mais argumentos contrários ao que seu pai faz para
viver mesmo que o início dessa obsessão seja o amor que tinha pela mãe falecida
dele, variável que encontra e passa a entender melhor quando a bela Isla entra
em sua vida e divide com ele seu passado
repleto de mágoas.
Por mais que possa parecer, The Discovery não abre um debate tão amplo sobre vida após a morte,
e sim, um debate profundo sobre a importância da vida através de personagens
intrigantes.