18/11/2017

Crítica do filme: 'A Gentleman'

Misturando ação, comédia e romance, com direito a pausas para números musicais super coreografados, chegou aos cinemas de toda a Índia em agosto desse ano, o divertido A Gentleman. Dirigido pela dupla de cineastas Krishna D.K. e Raj Nidimoru, o projeto filmes de ação norte americanos da década de 90 camuflado por um drama existencial, uma verdadeira troca de identidade, que passa o carismático protagonista. Ao longo das mais de duas horas de projeção (os filmes indianos geralmente são bem grandes), o espectador se diverte bastante.

Na trama, conhecemos o funcionário exemplar, todo metódico e certinho, de uma empresa com sede nos Estados Unidos e com filiais em outros países, Gaurav (Sidharth Malhotra), um jovem que possui uma paixonite pela amiga Kavya (Jacqueline Fernandez), ambos descendentes de indianos mas que moram nos Estados Unidos vivendo no melhor estilo ocidental, cada um na sua. Kavya ao longo do tempo percebe da intenção de Gaurav e se distancia por achá-lo muito certinho. Tudo muda quando descobrimos que na verdade Gaurav se chama  Rishi, um ex-agente do governo que participava de um grupo clandestino de operações secretas e desertou com nova identidade para a América. Quando seus ex-colegas desembarcam nos Estados Unidos afim de alguns acertos de conta, toda a vida correta de Gaurav vira um grande naufrágio e se enche de confusões.

Como são divertidos os filmes indianos, além de expor sua cultura e características marcantes (as famosas dancinhas). No caso de A Gentleman, o roteiro é a arma do sucesso. Joga o público em Estados Unidos nos dias atuais, faz leves críticas ao modo de vida norte americano (esteriotipando personagens, principalmente) e apresenta sequências de ação de deixar muita produção de filme americano de queixo caído. O conflito entre culturas chega por meio dos pais de Kavya que chegam aos Estados Unidos com a intenção de casar a filha e se deparam com o início de conflitos que Gaurav começa a enfrentar com a descoberta real de sua identidade. Ao longo dos compridos 140 minutos de projeção, consegue preencher todas as lacunas para um bom divertimento do lado de cá da telona.

A grande pena é que dificilmente esse projeto chega aos cinemas brasileiros (talvez e no máximo uma Netflix consiga os direitos). Os olhares das distribuidoras que existem por aqui ainda não conseguem enxergar o grande potencial existente em filmes de Bollywood, um dos gigantescos mercados do mundo e que possui muitos filmes com grande potencial.