Misturando ação, comédia e romance, com direito a pausas
para números musicais super coreografados, chegou aos cinemas de toda a Índia
em agosto desse ano, o divertido A
Gentleman. Dirigido pela dupla de cineastas Krishna D.K. e Raj Nidimoru, o
projeto filmes de ação norte americanos da década de 90 camuflado por um drama
existencial, uma verdadeira troca de identidade, que passa o carismático
protagonista. Ao longo das mais de duas horas de projeção (os filmes indianos
geralmente são bem grandes), o espectador se diverte bastante.
Na trama, conhecemos o funcionário exemplar, todo metódico e
certinho, de uma empresa com sede nos Estados Unidos e com filiais em outros
países, Gaurav (Sidharth Malhotra), um jovem que possui uma paixonite pela
amiga Kavya (Jacqueline Fernandez), ambos descendentes de indianos mas que
moram nos Estados Unidos vivendo no melhor estilo ocidental, cada um na sua. Kavya
ao longo do tempo percebe da intenção de Gaurav e se distancia por achá-lo
muito certinho. Tudo muda quando descobrimos que na verdade Gaurav se chama Rishi, um ex-agente do governo que participava
de um grupo clandestino de operações secretas e desertou com nova identidade
para a América. Quando seus ex-colegas desembarcam nos Estados Unidos afim de
alguns acertos de conta, toda a vida correta de Gaurav vira um grande naufrágio
e se enche de confusões.
Como são divertidos os filmes indianos, além de expor sua
cultura e características marcantes (as famosas dancinhas). No caso de A
Gentleman, o roteiro é a arma do sucesso. Joga o público em Estados Unidos nos
dias atuais, faz leves críticas ao modo de vida norte americano (esteriotipando
personagens, principalmente) e apresenta sequências de ação de deixar muita produção
de filme americano de queixo caído. O conflito entre culturas chega por meio
dos pais de Kavya que chegam aos Estados Unidos com a intenção de casar a filha
e se deparam com o início de conflitos que Gaurav começa a enfrentar com a
descoberta real de sua identidade. Ao longo dos compridos 140 minutos de
projeção, consegue preencher todas as lacunas para um bom divertimento do lado
de cá da telona.
A grande pena é que dificilmente esse projeto chega aos
cinemas brasileiros (talvez e no máximo uma Netflix consiga os direitos). Os
olhares das distribuidoras que existem por aqui ainda não conseguem enxergar o
grande potencial existente em filmes de Bollywood, um dos gigantescos mercados
do mundo e que possui muitos filmes com grande potencial.