30/12/2017

Crítica do filme: 'Bright'

Estimado em cerca de 90 milhões de dólares, a nova produção da Netflix Bright aborda um universo futurístico repleto de seres mágicos, onde orcs, elfos e humanos vivem em conjunto na sociedade. Dirigido por David Ayer (Esquadrão Suicida) e com roteiro de Max Landis (Poder sem Limites), o projeto é uma interessante jornada rumo a planeta com diversos paralelos com o mundo que vivemos hoje, cheio de desigualdades sociais, preconceito onde o bem e o mal andam lado a lado rumo a sobrevivência. Talvez o grave problema do filme seja na hora da contextualização desse universo mágico criado, pouco é falado sobre as origens, se pega em um recorte onde os protagonistas precisam resolver um certo mistério em meio a uma onda de sangue e violência.

Na trama, conhecemos Daryl (Will Smith), um policial não corrupto que se recupera de um tiroteio em que não foi ajudado pelo seu parceiro Nick (Joel Edgerton), um dos poucos orcs que são policiais. Voltando a ativa e logo nas semanas seguintes, a dupla de policiais precisarão resolver seus conflitos para decifrarem um caso misterioso de assassinato que envolve uma varinha mágica, uma jovem que está se escondendo e a divisão de magia da polícia federal (FBI) liderado pelo elfo Kandomere (Edgar Ramirez).

Um dos fatores positivos do projeto é a originalidade da história, reunindo seres mágicos com características pra lá de humanas o que nos envolvem em paralelos com a sociedade da maneira como vemos hoje. O desenvolvimento de Nick é bem detalhado, o que ajuda na compreensão de parte do contexto, possui um lado humano forte, cheio de certezas no cumprimento de suas obrigações como policial que protege a população mas não deixando margens para analisar situações que fogem de um certo controle. O contraponto é seu parceiro, o humano Daryl, repleto de características que agregam como dupla, possui um espírito de companheirismo, mesmo tendo um pé atrás com o parceiro, o protege.


O que pega na trama é a falta de entendimento sobre o que houve com o planeta. Essa falta de contextualização, deixa os entendimentos dos personagens comprometidos, conseguindo apenas deixar como paralelos com os dias de hoje com as ações que vemos ao longo das quase duas horas de projeção.