Estimado em cerca de 90 milhões de dólares, a nova produção
da Netflix Bright aborda um universo
futurístico repleto de seres mágicos, onde orcs, elfos e humanos vivem em
conjunto na sociedade. Dirigido por David Ayer (Esquadrão Suicida) e com roteiro de Max Landis (Poder sem Limites), o projeto é uma
interessante jornada rumo a planeta com diversos paralelos com o mundo que
vivemos hoje, cheio de desigualdades sociais, preconceito onde o bem e o mal
andam lado a lado rumo a sobrevivência. Talvez o grave problema do filme seja
na hora da contextualização desse universo mágico criado, pouco é falado sobre
as origens, se pega em um recorte onde os protagonistas precisam resolver um
certo mistério em meio a uma onda de sangue e violência.
Na trama, conhecemos Daryl (Will Smith), um policial não
corrupto que se recupera de um tiroteio em que não foi ajudado pelo seu
parceiro Nick (Joel Edgerton), um dos poucos orcs que são policiais. Voltando a
ativa e logo nas semanas seguintes, a dupla de policiais precisarão resolver seus
conflitos para decifrarem um caso misterioso de assassinato que envolve uma
varinha mágica, uma jovem que está se escondendo e a divisão de magia da polícia
federal (FBI) liderado pelo elfo Kandomere (Edgar Ramirez).
Um dos fatores positivos do projeto é a originalidade da
história, reunindo seres mágicos com características pra lá de humanas o que
nos envolvem em paralelos com a sociedade da maneira como vemos hoje. O
desenvolvimento de Nick é bem detalhado, o que ajuda na compreensão de parte do
contexto, possui um lado humano forte, cheio de certezas no cumprimento de suas
obrigações como policial que protege a população mas não deixando margens para analisar
situações que fogem de um certo controle. O contraponto é seu parceiro, o
humano Daryl, repleto de características que agregam como dupla, possui um
espírito de companheirismo, mesmo tendo um pé atrás com o parceiro, o protege.
O que pega na trama é a falta de entendimento sobre o que
houve com o planeta. Essa falta de contextualização, deixa os entendimentos dos
personagens comprometidos, conseguindo apenas deixar como paralelos com os dias
de hoje com as ações que vemos ao longo das quase duas horas de projeção.