Após dirigir Rio 2,
três anos trás, o cineasta brasileiro Carlos Saldanha, conhecido mundialmente
por suas animações, volta às telonas com mais um projeto para a criançada, O
Touro Indomável. Indicado recentemente ao prêmio de Melhor Animação 2018 no
próximo Oscar, o filme vem fazendo uma trajetória interessante nos cinemas. É
uma aventura repleta de delicadeza mas sem muita criatividade para contar o
caminho dos curiosos personagens que aparecem buscando a atenção do público.
Baseado no livro homônimo do autor Munro Leaf, O Touro Ferdinando conta a história de Ferdinando
em duas partes. Na primeira, é jovem tourinho que vê seu mundo desabar quando
seu pai é selecionado para uma tourada e nunca mais volta. Assim, o
protagonista resolve fugir e acaba encontrando a felicidade em um lar de um pai
e filha, numa fazenda bonita repleta de flores e animais carismáticos.
Ferdinando, já na segunda parte, vira um touro gigantesco e atrapalhado que
acaba sendo capturado de volta a onde viveu sua infância, uma espécie de vila
de treinamento de touros para serem selecionados para touradas.
As características do protagonista principal são bem
definidas e acabam sendo o alicerce do que vemos na telona. Um animal com
visual gigantesco e até certo ponto assustador na história vira um sentimental,
amante das flores, inteligente touro, isso cativa mas acaba ficando só nisso
quando pensamos no filme como um todo. Por ser muito trivial, até na criação
dos personagens que rodeiam o protagonista, o filme se rende apenas a pequenos
stand-up comedy para crianças onde cada personagem tenta soltar sua simpatia. O
desenvolvimento da história é sonolento, sem muita criatividade, principalmente
quando pensamos em começo, meio e fim.
Não há como negar que o filme é fofo. Mas mesmo dentro de
suas delicadezas com seu personagem carismático, o longa-metragem carece de uma
história mais interessante.