Nesse quinto trabalho dirigindo Hanks (O Resgate do Soldado Ryan, Prenda-me Se for Capaz, O Terminal e Ponte
de Espiões), e o segundo dirigindo Streep (A.I. - Inteligência Artificial), o mundialmente conhecido cineasta
norte-americano Steven Spielberg volta às telonas com o drama The Post. O roteiro, assinado pela
dupla Liz Hannah (em seu primeiro roteiro para longa-metragem) e Josh Singer (Spotlight: Segredos Revelados) é
cirúrgico ao analisar as sequências de acontecimentos que ficou conhecido como
um emblemático episódio de vitória da democracia na figura da imprensa contra
um governo cheio de segredos.
Baseado em fatos reais, em um caso famoso político/midiático
conhecido como ‘Papéis do Pentágono’, ambientado na década de 70, o editor
chefe do famoso jornal (na época nem tão famoso assim) The Washington Post Ben
Bradlee (Tom Hanks) é informado por uma fonte de um de seus jornalistas que
está de posse em documentos sigilosos do governo americano que atinge não só o
presidente da época, Richard Milhous Nixon, mas graves informações sobre o
governo norte-americano e seu papel com a Guerra do Vietnã. Assim, Ben precisa
do apoio da atual manda chuva do jornal, Kay Graham (Meryl Streep) para
publicar a matéria sem medo de serem perseguidos pelo governo norte americano.
O longa é desenhado para fazer o elenco brilhar. Isso, de
fato, acontece. Hanks busca uma naturalidade em seu forte personagem, um
workholic de marca maior que busca afirmação da sua profissão peneirando as
notícias e participando de encontros importantes sobre os rumos do local onde
trabalha. Streep é detalhista na pele de
Kay Graham, mostrando o seu desenvolvimento no mundo dos negócios após uma
tragédia com seu ex-marido, uma das mais influentes mulheres do século passado.
Mesmo não sendo nem de longe uma das melhores atuações de Streep – talvez um
grande exagero ela ser indicada ao Oscar desse ano – é um trabalho competente
da maior indicada ao mais famoso prêmio do cinema mundial.
The Post estreou
na última quinta-feira no circuito e deve fazer um grande sucesso, não só
porque a história é bem contada mas por contar com um elenco encabeçado por
dois dos maiores astros do planeta. O projeto não deixa de ser, um minuto sequer,
uma grande homenagem ao jornalismo, seus princípios e as recordações de pessoas
influentes desse poder de mostrar ao público as verdades e os fatos sobre
qualquer ocorrido.