06/03/2020

Crítica do filme: 'O Homem Invisível'


A obsessão no relacionamento e as medidas extremas que são necessárias. Dando uma repaginada na clássica obra homônima de H.G. Wells (que virou filme no início da década 30, lançado pelo própria universal), o cineasta australiano Leigh Whannell, produz, roteiriza e dirige uma das gratas surpresas desse primeiro semestre, o tenso suspense O Homem Invisível.  Orçado em 5 milhões de dólares, valores até baixos para filmes blockbusters, o projeto surpreende pelo impactante clima de tensão que consegue transmitir ao longo dos 110 minutos de projeção. No papel principal, a maravilhosa atriz Elisabeth Moss que consegue levar o filme nas costas nos quase nunca momentos de pouca inspiração.

Na trama, somos apresentados a arquiteta Cecília Kass (Elisabeth Moss), uma mulher que está em plena fuga de seu casamento obsessivo com Adrian (Oliver Jackson-Cohen) e busca refúgio em sua irmã Emily (Harriet Dyer) e na casa do amigo policial James (Aldis Hodge). Tudo ia indo bem até que após ser anunciado o suicídio de Adrian, Cecília passa a ser perturbada por situações inusitadas como se um homem invisível estivesse a perseguindo, fato que se mostra verdade quando descobrimos que seu ex-marido, um bilionário do ramo da tecnologia, vinha desenvolvendo um trajeto inovador que transformava a pessoa em um ser invisível. Lutando para provar seus argumentos, a protagonista embarca em uma perigosa jornada rumo novamente à liberdade.

A cartilha do bom suspense é seguida à risca nesse bom lançamento. Whannell tem em seus méritos as ótimas soluções de tensão adicionada à uma atuação para lá de competente de Moss. Tudo funciona bem, exceto uns clichês bobos entre arcos que logo são superados pela força expressiva da corajosa protagonista. Trazendo essa releitura de uma obra clássica, Whannell e companhia tem a chance de aproximar a história da nossa atualidade principalmente quando pensamos no assunto da violência contra mulher. Com ótimas atuações e um roteiro que chega a surpreender em alguns momentos, O Homem Invisível é um dos poucos bons filmes em cartaz.