Até aonde vai nossa força para lutar pelo que é o certo?
Passando quase desapercebido no circuito brasileiro, nas quase apocalípticas semanas
após a maratona dos filmes selecionados ao Oscar, O Preço da Verdade é um baita achado em semanas com tão pouca
inspiração. Baseado no artigo do poderoso The New York Times The Lawyer Who Became DuPont's Worst
Nightmare assinado por Nathaniel
Rich, acompanhamos a saga jurídica de um homem e uma comunidade na busca
por provas contra uma gigantesca empresa. No papel principal o ótimo Mark Ruffalo que passa grande força nesse
introspectivo, trejeitoso e poderoso papel. A direção fica a função do excelente
Todd Haynes (Carol, Não estou Lá...).
Orçado em cerca de 10 milhões de dólares, Dark Waters, no original, conta a saga
de um promissor advogado de defesa corporativa chamado Rob Bilott (Mark Ruffalo) que após ser procurado
por moradores de uma comunidade onde passou bons tempos quando criança próximo
de sua avó, inicia uma batalha jurídica ambiental de anos para expor uma enorme
empresa química que é acusada de destruir muitas vidas com grave poluição. Mas
para essa batalha, contará com uma certa paciência de seu chefe mas diversas
outras consequências.
A eterna batalha entre o gigante e o grão de arroz. O
roteiro nos leva em algumas linhas temporais contínuas mostrando início, meio e
quase fim de uma ação por danos que envolveu em um escândalo uma das maiores
empresas situadas nos Estados Unidos décadas atrás. Nossos olhos, a todo
instante, é o corajoso advogado Rob Bilott (o verdadeiro aparece nos créditos
finais), um destemido homem, pai de família, que se vê em uma encruzilhada
entre o que é o certo e a força que precisa ter para provar seus óbvios
argumentos. Nada fica na superfície e os detalhes são fundamentais para que
esse roteiro seja firme e impactante. Ao longo das pouco mais de duas horas de
projeção somos apresentados a fatos escancarados que demonstram as sutilezas do
jeitinho norte americano de fazer negócio em alto nível e o desleixo contra não
só uma comunidade mas a toda humanidade. Importante filme, sempre bom olharmos
na telona filmes denúncia sobre os terríveis impactos industriais na natureza.