O desgaste de se amar alguém que não se ama e não se aceita. Um dos mais badalados filmes de 2023 finalmente chegou ao catálogo a Netflix nos trazendo a história de amor entre um brilhante, requisitado talento musical e uma atriz chilena. Cinebiografia do grande músico Leonard Bernstein, Maestro aborda a sexualidade do protagonista como tema central para a construção de uma relação modelada ao longo do tempo, com idas e vindas na incerteza, com uma pergunta que parece constante: Será que ela pode sobreviver ao seu lado com o que ele pode lhe dar?
O preto e branco e logo após a chegada das cores,
transformam a narrativa em uma jornada de fortes emoções mesmo as peças se
embaralhando de forma sonolenta, com um discurso redundante, e nos levando para
um caminho muitas vezes sem brilho onde se sustenta na atuação simplesmente
magistral da atriz britânica Carey
Mulligan e uma fotografia sublime.
Na trama, conhecemos Leonard
Bernstein (Bradley Cooper), um nova
iorquino, nascido em 1918 que viria a ser um dos maiores talentos que o mundo
da música já viu. Em meados da década de 40, conhece um dos grandes amores de
sua vida, a atriz chilena Felicia Montealegre (Carey Mulligan) com quem tem um casamento tumultuado de quase 30
anos. Acostumados com aplausos, ela atriz, ele um renomado maestro, a desconstrução
da poesia desse amor é duramente abalado pelas puladas de cercas de Leonard com
outros homens.
É importante um pequeno contexto para a experiência ser mais completa, algo que o filme não introduz com muitos detalhes. Nova iorquino, formado em Harvard, viu o estrelato chegar logo aos vinte e poucos anos. Depois, já estabelecido como o primeiro grande maestro norte-americano com reconhecimento mundial, foi responsável pela música do famoso musical West Side Story e o filme protagonizado por Marlon Brando, Sindicato de Ladrões.
Produzido por Spielberg e Scorsese, Maestro busca seu pontapé inicial, que logo se torna um alicerce, as
poesias de todo o início de um grande amor. A primeira parte do filme, toda em
Preto e Branco nos leva aos primeiros passos da relação conturbada entre os
protagonistas, com as verdades logo sendo ditas mas depois parecem esquecidas,
fato que leva a um discurso redundante em um enorme mais do mesmo de cerca de
duas horas.
Mas a fotografia merece um belo destaque para suas inúmeras
interpretações. O preto e branco remetendo ao passado entrega um sentido também
de paralisia das emoções, transformando a intensidade em algo constante, também
marcante. As cores chegam e os problemas conjugais vão se afunilando em torno
de um mesmo tema.
Dirigido, roteirizado e protagonizado por Bradley Cooper, o maior destaque do
filme é a atuação simplesmente magistral da atriz britânica Carey Mulligan. O êxtase de todo o
início, com uma vida profissional intensa, dedicada ao seu ofício, mira o
protagonista de menção no título mas acerta nas profundas questões que caminha
sua esposa. Entre suas criações, conhecidas sinfonias, balés, óperas. Esse compositor,
maestro, pianista é resumido a um retrato pela sua insensibilidade e sua
escolha em nunca se aceitar.