A justiça selvagem numa estrada de inconsequências. Dois anos depois de estrelar nos cinemas o primeiro filme da vitoriosa franquia Velozes e Furiosos, o ator californiano Vin Diesel chegaria aos cinemas com um filme pulsante que explora a dor da perda, a cegueira da vingança e o nebuloso universo do narcotráfico mundial, tudo isso preenchido por uma narrativa dinâmica repleta de cenas de ação. O Vingador, completa 20 anos em 2023.
Na trama, acompanhamos Sean (Vin Diesel), um agente do DEA (órgão norte-americano especializado
em combate ao narcotráfico) que após meses de uma operação na fronteira entre
os Estados Unidos e o México consegue enfim prender um poderoso chefão do crime
organizado. Algum tempo depois, como forma de retaliação com a prisão do
criminoso, um atentado acontece contra Sean e nesse momento sua esposa Stacy (Jacqueline Obradors) acaba morrendo. Partindo
para uma vingança desenfreada, Sean contará com a ajuda do amigo e parceiro
Hicks (Larenz Tate).
Dirigido por F. Gary
Gray, O Vingador explora o temido universo dos cartéis de drogas e os
limites de um protagonista que perde completamente seu rumo, consumido por uma
vingança sem limites. Lançado em abril de 2003 nos Estados Unidos, chegando ao
Brasil somente em agosto daquele ano, o projeto consegue fixar um olhar
eficiente para as pessoas que estão ao redor do protagonista. O melhor exemplo
disso é o melhor amigo e seus conflitos quando percebe que o descontrole toma conta.
Outro ponto interessante é a hipocrisia de um homem da lei
querer fazer justiça com as próprias mãos. Estabelecendo a sua própria justiça
como verdade absoluta, o protagonista opta pelo abandono da ética trazendo
paralelos importantes para reflexões. O comportamento humano aqui se tornam
mais um personagem que é incorporado na narrativa.
Muito mais que um filme de ação, a narrativa por aqui
explora o transbordar de sentimentos conflitantes transformando o filme em um
forte drama. Acompanhamos tudo sob o ponto de vista de um homem da lei que
começa a enxergar a estrada na sua frente de forma embaçada, consumido pela
vingança, por se sentir culpado pelo ocorrido com a esposa. Essa jornada pelo
mundo da inconsequência faz o espectador refletir a todo instante sobre os
limites do ser humano.
Carregado por uma impecável trilha sonora (com direito a uma
canção de Seal nos créditos finais),
o longa-metragem não fez tanto sucesso no Brasil na época de seu lançamento mas
pode ser que com o tempo ele ganhe novos olhares. Se você quiser conferir, o
filme está disponível no catálogo da HBO Max.