Nunca fique do lado errado da história. Inspirado na lendária obra-prima Os Sete Samurais do inesquecível cineasta japonês Akira Kurosawa, enfim chegou na Netflix seu maior lançamento do ano: Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo. Fruto da mente do competente Zack Snyder, o que era para ser mais um capítulo na interminável linha do tempo da franquia Star Wars acaba virando o início de uma jornada onde a honra é um pilar constante durante toda a narrativa. Assim, nos sentimos em um enorme tabuleiro de RPG onde somos apresentados a habilidades e fraquezas de personagens consumidos por uma rebeldia que dá voz aos oprimidos. Aguardando a Parte 2 (que só será lançado em meados de abril de 2024).
Na trama, acompanhamos um mundo onde uma poderosa linhagem
de poder milenar, conquistadora de inúmeros planetas, é interrompida pela
ganância onde um senador tomou o poder mandando seu comandante mais cruel para
dominar qualquer tipo de insurgência de rebeldes. Dentro desse contexto
conhecemos uma comunidade pacífica com a agricultura como fortaleza e sustento onde
se esconde Kora (Sofia Boutella),
filha de parte dessa guerra, achada nos destroços de uma nave anos atrás, com
um passado regado a duras lições de vida. Quando ela percebe que precisará
voltar aos campos de guerra para enfrentar o enorme mal que quer dominar tudo e
a todos pelas galáxias, ela parte em busca de alguns pessoas que formarão um
grupo de possíveis heróis.
Um grande videogame feito pra divertir com pequenas boas
reflexões quando enxergamos paralelos com o mundo de hoje. A questão da
agricultura, o sustento vindo da terra e a escassez cada vez mais frequente de
recursos naturais talvez seja a crítica social mais interessante em tudo que
vemos nessa primeira parte. Os paralelos são diversos sobre esse assunto. Isso
tudo é camuflado com uma narrativa que possui um ritmo típico dos filmes de
ação com efeitos especiais para tudo que é lado, buscando seu dinamismo guiados
pelo arco da protagonista, mas perdendo fôlego em muitos momentos.
Atos de revolução e suas peças. Dificuldades no senso
coletivo, no diálogo, lendo o amor com uma enorme fraqueza, tendo também a
honra como tatuagem em suas personalidades, são alguns dos lemas dos que
almejam ser os heróis. Um general conhecido por bravuras em árduas batalhas,
uma lendário espadachim, um líder da insurgência, um agricultor, um príncipe,
uma órfã criada por um dos líderes do exército do mal. O projeto parece
perguntar assim que são apresentados: Se isso aqui fosse realmente um
videogame, qual desses personagens você escolheria?
Entre cenas de ação, máquinas engenhosas, passando pela
inteligência artificial, traições, atos de bravura, Snyder consegue um honesto
entretenimento que gera curiosidades sobre sua segunda parte, que será lançada
somente em 2024.