Um passatempo sem graça. Buscando o riso fácil através do nonsense a nova comédia da Netflix Meio Grávida é uma escrachada história que ruma a todo instante para o previsível. Tendo a maternidade como elemento central de um roteiro ingênuo e nada criativo, o projeto é um show de diálogos desinteressantes que buscam traduzir em forma cômica os dilemas de um momento importante na vida de todos que sonham em ter filhos.
A vida de Lainy (Amy
Schumer), uma professora do ensino fundamental, parece estar em um total desequilíbrio.
Seu sonho em ser mãe nunca se realizou e sua melhor amiga Kate (Jillian Bell) acaba de ficar grávida.
Sem saber como lidar com a situação resolve fingir que está grávida e assim, se
jogando na mentira descarada, acaba conhecendo novos amigos e acaba se
apaixonando Josh (Will Forte). A
questão é que uma hora a verdade sempre aparece.
Produzido por Adam
Sandler, Meio Grávida basicamente contorna os estereótipos através de um
mulher na casa dos 40 anos que sempre teve um sonho que nunca se concretizou. Dentro
desse discurso, o roteiro assinado por Julie
Paiva e Amy Schumer se constrói
em torno do constrangimento de situações mirabolantes buscando – de alguma
forma - referências na vida real.
Os momentos tensos da gravidez, os desabafos com as amigas,
as inseguranças e dores, a chegada de um novo amor, ganham contornos tragicômicos,
se amontoam, traçando o lado psicológico de uma protagonista em crise
existencial. Se forçarmos um olhar para um todo, é possível algumas mensagens
chegarem para boas reflexões. A questão é o exagero que vai aos poucos minando
nossa paciência.
A linha tênue do humor inteligente que gera bons debates com
as baboseiras de um texto ingênuo é completamente rompida deixando o projeto se
consolidar como um passatempo sem graça.