Trazendo justificativas superficiais e nada desenvolvidas para um conflito moral entre pai e filho como epicentro de um roteiro onde o heroísmo se resume a um conjunto de clichês, o longa-metragem indiano Ladrões de Joias: Começa o Assalto é um show de mentirinhas. Dirigido por Robbie Grewal e Kookie Gulati, e compondo o catálogo da Netflix, esse é mais um daqueles filmes que entram para a galeria dos longas-metragens esquecíveis de 2025.
Rehan (Saif Ali Khan)
é um experiente e charmoso ladrão de joias que se esconde durante anos em
Budapeste para não ser preso. Quando sua família fica na mira de Rajan (Jaideep Ahlawat), um audacioso e
sangrento criminoso ligado ao mundo do contrabando de artes, o protagonista
precisará planejar e executar o roubo da Red Sun, a joia mais valiosa da África.
É válido mencionar que não há pretensões nessa obra! A trama
encontra seu oásis na jornada já batida de um anti-herói (aqui camuflado de
grande herói) não se estendendo em camadas para um amplo desenvolvimento de
outros personagens. Mesmo aos trancos e barrancos, o vilão rouba a cena muitas
vezes através do chocar de ações violentas dentro de uma narrativa que explora
o faz de conta, o lugar seguro onde tudo é possível.
O desenvolvimento dramático do protagonista passa por
instabilidades no roteiro ao não conseguir conectar-se com o único ponto
interessante que se apresenta: a relação pai e filho. Tudo é ligado de alguma
forma a esse conflito moral mas o entendimento só chega por entrelinhas
forçadas pelos impulsos incontroláveis de traduzir uma relação através da violência,
deixando os rastros da moral não chegarem as reflexões.
Um impiedoso vilão, um anti-herói indestrutível, um
interesse romântico em meio ao caos, um desfecho previsível com cenas de ação a
todo instante. Já vimos isso em outros carnavais, não é mesmo? Se jogando a
longas braçadas em uma piscina de mesmices e ingenuidades constantes Ladrões de Joias: Começa o Assalto
busca na lógica de outros filmes do gênero prender a atenção do público com seu
entretenimento repleto de ingenuidades. Muito pouco para aguentarmos
intermináveis duas horas de projeção.