Seu mundo é você quem faz. Mostrando o retorno de uma amizade virando um estopim para descobertas na melhor idade, o longa-metragem Senhoritas caminha do embalo suave dos boleros à energia contagiante da salsa conduzindo o público por uma jornada sensível sobre o valor das conexões humanas. Selecionado para a Mostra Competitiva de Longas-Metragens do CINEPE 2025, esse projeto escrito e dirigido por Mykaela Plotkin é um mergulho afetuoso sobre as – muitas vezes dolorosas - reflexões sobre a vida, o recomeçar e os impulsos fascinantes de se lançar ao novo.
Lívia (Analu Prestes)
é uma arquiteta aposentada que após conquistar a estabilidade, vive seus dias
ao lado do marido, sem muitos grandes momentos. Sua maior alegria vem do
vínculo afetuoso com a neta, que ilumina seus dias. Tudo isso muda quando sua
amiga Luci (Tânia Alves) volta o
Brasil e muda completamente a forma de pensar e agir da protagonista. Se
revelando aos desejos antes contidos, Lívia desperta para uma jornada de
descobertas e libertação.
Com sua ótima premissa e dando espaço para um sensível olhar
para a melhor idade, busca desenvolver os conflitos de maneira delicada e com
um foco em uma fascinante protagonista, muito bem interpretada pelo furacão de
emoções Analu Prestes. A narrativa
corre o risco de não encontrar um grande clímax, aquele grande momento, mas
consegue entregar sua bela mensagem do início ao fim.
Longe de ser algo inovador em relação a outros projetos
audiovisuais, Senhoritas busca
encontrar seu norte na maneira delicada que apresenta o descongelamento da
monotonia. Logo chegamos numa ponte importante e fundamental que passa pelo reconectar
das relações, nas três gerações de uma família, nos dilemas que se mostram
constantes, nos impulsos e receios de confrontos.
Rodado há alguns anos, Senhoritas
finalmente chega ao circuito de festivais, revelando o impacto sensível da
direção de Mykaela Plotkin e da
entrega do elenco. Nesta envolvente jornada, chama atenção a escolha narrativa
de não revisitar o passado: o filme se ancora no presente e propõe um achado
imaginativo que floresce na mente de quem se permite mergulhar no que se vê em
tela.