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02/01/2021

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Crítica do filme: 'Deixe-o Partir (Let Him Go)'


Quando a vida é a linha de coisas que perdemos. Baseado na obra de Larry Watson, roteirizado e dirigido pelo cineasta Thomas Bezucha (em seu quarto trabalho em longas-metragens), Let Him Go é sobre sacrifícios que fazemos pelo caminho de nossas vidas e como nossas escolhas podem mudar trajetórias de muitos a nosso redor. Abordando também como é muito difícil lidar com a perda, muitas vezes dentro de impactantes momentos de alta tensão, o filme vai nos guiando rumo a conclusões explosivas em torno de um casal, há décadas apaixonado, que tem uma grande última missão em suas vidas: resgatar seu neto. Um surpreendente trabalho que pode pintar em muitas premiações. Destaques para as presenças de Diane Lane e Lesley Manville, ambas maravilhosas em seus respectivos papéis, não seria nenhum absurdo pensarmos nelas como uma das cinco indicadas ao próximo Oscar, de atriz e atriz coadjuvante.


Na trama, ambientada no início da década de 50, conhecemos um casal ainda apaixonado, Margaret (Diane Lane) e George (Kevin Costner) Blackledge, depois de anos de toda uma vida, vivem sua rotina na simplicidade e pequenos gestos de amor e carinho em uma casa/rancho em Montana onde vivem seus dias. Eles passam os dias com o filho, a nora Lorna (Kayli Carter) e o recém-nascido neto. Certo dia, de maneira inesperada, o filho deles morre em um acidente com um cavalo. O tempo passa e a Lorna resolve se casar com Donnie Weboy (Will Brittain), um homem sem delicadezas e que maltrata a agora ex-nora do casal e o neto deles. Quando Donnie e Lorna se mudam sem avisar Margaret e George, o casal embarca em uma road trip em busca de resgatar o neto deles, só que enfrentarão muitos absurdos pelo caminho, principalmente os provocados pela líder do clã Weboy, a maquiavélica Blanche (Lesley Manville).


Não comece o que você não pode terminar. A busca de um senso de justiça engajado nas ações dos protagonistas é uma representação profunda de cidades sem lei e ‘clãs maquiavélicos’ de décadas atrás, principalmente no interior dos Estados Unidos. Esse ‘new Western’ camuflado de drama possui força em suas ações, deixando clímaxs intensos nos altos picos de tensão provocados pelo embate do casal com os Weboy. Além dos iminentes conflitos, vemos cenas lindas de Margaret e George, reflexões sobre a vida que vivem juntos, os sacríficos que fizeram e poderão fazer, as tristezas das perdas, o último respingo de alegria com a chegada do neto.


Poucos filmes no último ano tiveram vilões tão bem exemplificados e terríveis/cruéis como os integrantes do clã comandado por Blanche, os diálogos entre eles e os protagonistas, além de uma falsa guerra fria instaurada deixam a carga explosiva no gatilho para cenas de tirar o fôlego provocadas com muito sentimento de ódio e justiça com as próprias mãos. Baita filme de Bezucha.

 

 

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