29/06/2012
28/06/2012
27/06/2012
26/06/2012
25/06/2012
Crítica do filme 'Sombras da Noite'
Tem
vampiros, paixões mela cuecas, lobos, mas passa longe (ainda bem) daquela saga chatinha que conhecemos.
Uma das dobradinhas mais famosas do mundo do cinema
(Depp/Burton) está de volta apostando na escuridão, no mundo dos vampiros e na
comédia, junção que se encaixou muito bem na composição da história e dos
personagens. Tem vampiros, paixões mela cuecas, lobos mas passa longe (ainda
bem) daquela saga chatinha que
conhecemos. “Sombras da Noite” é um
ótimo trabalho do elenco e do diretor, diverte e leva o público a risadas
inesperadas, mesmo com alguns absurdos (exageros que já conhecemos de Tim Burton) é uma fita acima da média.
A trama começa no século XVIII e mostra uma família que sai
da Inglaterra e vai para os Estados Unidos levando com eles uma terrível
maldição. Barnabas Collins é um pequeno jovem, rico e que vive confortavelmente
com sua família em uma cidade americana. Já na fase adulta, o jovem playboy
derrete os corações das jovens com eu charme. Só que ele não sabia que uma
delas era uma poderosa bruxa (Angelique), e após despedaçar o coração da jovem
bruxa é amaldiçoado, transformando em um vampiro e enterrando vivo. Alguns
séculos mais tarde, Barnabas é libertado de sua ‘prisão’ e assim, surge nos
dias modernos, no começo meio perdido, depois firme e forte para buscar
vingança.
A grande sacada de Burton e companhia é inserir a comédia
num contexto de dramalhão antigo. Aproveitaram a ótima deixa, que consiste em
trazer um indivíduo do passado para o presente, e rechearam a fita com
personagens intrigantes que no meio do filme viram uma espécie de super-heróis,
tornando fácil a empatia do espectador (de qualquer idade) com a história e
automaticamente com cada detalhe que é usado para chegar ao clímax da trama. O
elenco é excelente e tem ótimos nomes como:
Johnny Depp, Michelle Pfeiffer,
Helena Bonham Carter, Eva Green, Jackie Earle Haley, Jonny Lee Miller, Chloë
Moretz e Christopher Lee.
Dizem que Burton e Depp se repetem. Aos que pensam assim,
por favor, revejam os filmes da dupla , cada qual com sua história, cada qual
com seu sentido. Impossível, revendo, dizer que eles se repetem. Pode ser
questão de ponto de vista, mas muitos pegam no pé da dupla. Seus bobões, deixem
os créditos para os que tentam fazer algo original num mundo tão superficial em
que vivemos. Assim se faz filmes de
vampiros, não precisa ter amanheceres nem crepúsculos para o filme ser bom.
24/06/2012
Crítica do filme: 'Febre do Rato'
A Febre do Che Guevara Pernambucano
"E quem foi que disse que poesia não embala? Quem foi que disse que poesia não embriaga?" O novo trabalho do diretor pernambucano Cláudio Assis, "Febre do Rato", fala sobre poesia, anarquismo e as transformações que uma mente intensa pode sofrer por amor. Tudo isso acoplado magistralmente à uma fotografia perfeita oriunda das lentes maravilhosas de Walter Carvalho (diretor documentário “Raul: O Início, o Fim e o Meio”). Com esses pontos levantados, mais um elenco que veste a camisa da produção, "Febre do Rato" promete ser um dos mais originais e elogiados filmes nacionais do ano.
A história gira em torno de um poeta chamado Zizo, que vive em um mundo particular (cheio de revolta) e publica seus pensamentos em um pequeno tablóide (que dá nome à trama). Por conta de sua ausência contra o que é ‘normal’ e em aceitar a construção das relação às práticas do cotidiano, se vê muitas vezes sozinho em sua luta. A situação muda de cara quando se depara com uma jovem que começa a gerar uma interessante transformação na vida e principalmente no modo de pensar do sonhador.
Cláudio Assis consegue criar sua própria Recife (não que o que vemos em cena não seja o que é verdadeiro), com alguns elementos mostrados nu e cruamente, o que pode chocar alguns mas a maioria entenderá que as verdades de uma história, às vezes, precisam ser contadas de maneira escancarada, se encaixando com o contexto que a trama gira. Fica claro, mesmo para os que não gostam do filme, que uma coisa é certa: é um longa tecnicamente bonito e que beira a perfeição na sua estética e no seu modo de pensar o ‘cinema’.
Com frases marcantes, o poeta Zizo (uma espécie de Che Guevara Pernambucano), é interpretado pelo fantástico Irandhir Santos. Em cenas difíceis, em cenas marcantes, mas uma vez Irandhir consegue pegar um complexo personagem e dar uma bela contribuição para que a história não fuja, nem perca o interesse, aos olhos cinéfilos que acompanham essa história que tem o roteiro de Hilton Lacerda.
Com uma direção inteligente e elenco extremamente competente, Irandhir Santos, Nanda Costa, Matheus Nachtergael e Juliano Cazarré, entre outros, "Febre do Rato", promete ser um dos melhores filmes nacionais do ano. Não deixem de conferir! Em cartaz nos cinemas!
21/06/2012
Crítica do filme: 'A Fada'
Usando a mesma dinâmica de “Rumba” os diretores Dominique Abel, Fiona Gordon, Bruno Romy tentam
se encaixar no mercado cinematográfico de vez com o inusitado “A Fada”. Com carismáticos e
performáticos personagens essa fita francesa tem um roteiro cheio de surpresas
mas incomoda com a extensão da não-realidade nas sequencias, por mais que seja
a base da proposta da produção.
Na trama, um atrapalhado e azarado funcionário de um pequeno
hotel, após inúmeras tentativas de mudar sua rotina (a impressão é essa) acaba
encontrando em seu caminho uma fada que promete realizar três desejos sejam
eles quais forem. Após completar 2/3 do prometido, desaparece fazendo com que o
ex-azarado ronde a região do hotel em busca de sua fada.
Os personagens parecem que conseguem levar o público para
dentro da trama. Cada movimento, cada ação peculiar, cada frase possui um certo
impacto aos olhos cinéfilos. Por ter esse jeitão diferentão é que a fita se
torna extremamente atraente, menos, quando exagera nos sentidos das ações e no
seu complemento das lacunas por meio da ‘não-realidade’. É um filme que se você
conseguir se conectar nos dez minutos iniciais achará o filme bom, senão, vai
querer sair correndo de dentro do cinema. A história, longe de ser superficial,
é deveras original elevando o grau de atenção do espectador de maneira leve e
descontraída com um toque de alma e essência de cinema francês.
Se você gosta de filmes leves que possuem uma proposta
diferente, não deixe de conferir esse filme. Caso contrário, mesmo sendo
cinéfilo, pode não curtir.
17/06/2012
Crítica do filme: 'Amor Impossível'
Nada como uma boa história de pescador. Se o filme fosse bom brincaríamos com essa frase, mas infelizmente o longa dirigido pelo sueco Lasse Hallström (diretor do excelente “Regras da Vida (1999)”) é abaixo da
média. Tinha tudo para ser um grande filme, com um ar agradável, leve e com um
elenco muito competente “Amor Impossível”
pecou quando tentou se estender nos detalhes . O filme é um grande sonífero e foca nos
assuntos mais chatinhos e desinteressantes que poderiam existir.
Na trama, uma autoridade no assunto ‘pesca’ é convidado por
um sheik para ajudá-lo a tornar o exercício de ‘catar’ os peixes um esporte,
isso, em pleno deserto. Assim, uma consultora (contratada pelo poderoso
asiático) acaba sendo o elo entre esse dois homens e o público embarca em uma
viagem inusitada de amor com pitadas de fé.
O personagem principal (interpretado pelo sempre excelente Ewan McGregor) é excêntrico até demais
o quê desvia muito, em certos momentos, o foco da trama. Muitas vezes
insensível, o desastrado Dr. Jones vive muitos problemas no casamento (difícil
até dizer qual o mais grave deles) o que já deixa a lacuna para o seu desfecho
totalmente óbvia do meio pra frente. Emily Blunt vive Harriet, a consultora que
acaba tendo forte influencia no destino de cada personagem, na trama. Por mais que isso doa o coração de qualquer
cinéfilo, a Srta. Blunt passa a impressão de não ter entendido seu personagem,
fato que praticamente deixa o filme sem solução. A única que realmente briga para que a fita
não se torne um sonífero é a maravilhosa Kristin
Scott Thomas. A veterana inglesa está nojentamente magnífica na pele de Patricia
Maxwell, assessoria do governo. Quem
consegue se conectar quando Kristin entra
em cena consegue não dormir até o fim do filme.
No longa, vemos sendo abordados a política, a pesca, o amor,
a fé, o desdém, a tristeza mas isso tudo jogado no liquidificador não resultou
em um pingo de emoção e isso é uma constatação que muitos chegarão ao final
dessa cansativa jornada.
Mesmo com simpáticos personagens e belas paisagens a
produção não consegue decolar. A analogia que se presta é a de um avião
tentando correr na pista de decolagem para poder conseguir voar. No fim, acaba
o combustível e não decola. Isso resume bem esse longa.
13/06/2012
Mini-Crítica do filme: 'Madagascar'
Os simpáticos bichinhos dos outros filmes da franquia estão
de volta. “Madagascar 3” chega aos
nossos cinemas com força total para embalar nas bilheterias nacionais. Dessa
vez mais agitados do que nunca, o quê de fato atrapalha a animação com tanto
efeito para simples ações, os animaizinhos que todos amamos voltam a se meter
em confusão em um longo caminho para casa, no Zoológico do Central Park em Nova
Iorque.
Na trama, os queridos bichinhos que já conhecemos resolvem
voltar para o lar doce lar deles. Deixando a África para trás eles fazem um ‘tour’
pela Europa, dando até uma voltinha na esplendorosa Monte Carlo. Mas nem tudo são flores nessa aventura,
quando começam a se meter em confusão são perseguidos por uma agente de
controle de animais, madame DuBois, uma mulher autoritária que persegue a ideia
louca de caçar seu primeiro leão e colocar como troféu em sua parede. Quando
tudo parece perdido os nossos amiguinhos buscam ajuda de outros animais em um
circo que percorre o mundo.
Com um elenco de famosos dando vida aos personagens (Ben Stiller, Chris Rock, Jada Pinkett Smith e David Schwimmer) o longa infantil
promete animar a garotada sendo um prato cheio para os papais e mamães que adoram um bom desenho. É um filme para
todas as idades, parece que cada parte foi feita para determinada idade. Óbvio
que a maioria das partes é feita para os pequenos jovens mas aposto que você
adulto também irá se divertir bastante na poltrona do cinema.
Diverte mas tudo é exagerado. É indicado mas não é, nem de
longe, a melhor animação da franquia.
12/06/2012
Entrevista com Cláudio Assis, diretor do filme "Febre do Rato"
Créditos foto: Daniela Nader |
Nascido em dezembro de 1955, na cidade de Caruaru (Pernambuco),
Cláudio Assis é um diretor único,
realizador de um cinema que fala sobre a vida nua e crua. No começo de carreira,
atuou no movimento cineclubista, ajudando a fundar os cineclubes em diversos
lugares. Ganhou a atenção dos cinéfilos com o longa "Amarelo Manga" e anos mais tarde com o polêmico "Baixio das Bestas". Nesse ano,
Cláudio Assis volta às telonas contando a história de Zizo, um poeta
inconformado e de atitude anarquista que parece viver em um mundo particular
até encontrar uma jovem e passar por um processo de transformação. Ganhador do
Festival de Paulínia no ano passado, "Febre
do Rato" estreia dia 22 de junho nos cinemas.
Por conta dessa aguardada estreia, batemos um papo rápido
com o diretor. As respostas foram curtas mas com muita força onde demonstra
todo o sentimento desse brasileiro que faz o cinema à seu molde.
1) Poeta, amor, poesia. Como surgiu o projeto
“Febre do Rato” em sua vida?
Cláudio Assis: Com a vontade de fazer cinema. Um cinema que
fale sobre a vida e poesia!
2) Conte como foi a escolha de elenco do filme
“Febre do Rato”?
Cláudio Assis: Na verdade continuei com pessoas que já
trabalham comigo, que formam essa família: o Irandhir (Santos), Matheus (Nachtergaele), Conceição Camarotti.
Para os novos fiz um convite, não teve teste.
3) O poeta Zizo tem falas marcantes durante
todo o filme “Febre do Rato”. Você poderia dizer a sua preferida e por quê?
Cláudio Assis: "Ousadia
não se compra na esquina" é a minha preferida, agora não tem porque eu
explicar, né?! É isso! Do jeito que está!
4) É difícil fazer cinema do jeito que você faz
no Brasil? Há pouco ou muito incentivo? Ainda é muito difícil conseguir
dinheiro (incentivo/patrocínio) para rodar um longa metragem no Brasil?
Cláudio Assis: É difícil, mas já melhorou muito para mim
desde que fiz o “Amarelo Manga”, e
para todos os cineastas.
5) Qual a
mensagem que você quer passar com esse seu novo trabalho?
Cláudio Assis: Que as pessoas façam o que quiserem! Que não
sigam as regras! Que não sejam vendidos!
6) O que é cinema para você?
Cláudio Assis: É uma tela grande, um filho de todas as artes
projetado como um soco em uma grande parede branca.
Não deixem de conferir! "Febre do Rato" estreia dia 22 de junho nos cinemas.
11/06/2012
Crítica do filme: 'Bel Ami'
Não é suficiente só ser amado? Em “Bel Ami” somos jogados
em uma história de sedução e desejos maduros muito bem executados pelos atores.
Em seu recheio, ótimas atuações, uma trilha impecável e uma grata surpresa. O
novo trabalho dos diretores Declan
Donnellan, Nick Ormerod é cheio de características peculiares, tinha tudo
para dar errado mas a dupla acaba acertando em cheio, neste simpático longa.
Na trama, adaptada do conto de Guy de Maupassant, o espectador é apresentado à ascensão de um
jovem ao ‘poder’, em Paris. Contando com seu dom de manipulação e o charme que
exerce sobre as mulheres mais influentes e ricas da cidade luz, consegue um por
um seus objetivos. Mas será que ele tem algum preço a pagar?
Nessa sociedade francesa de séculos atrás, posições
anti-governamentais são utilizadas pelo poder da impressa para instigar o povo
contra os comandantes. O jogo político dita o ritmo necessário para que o longa
(que tem o roteiro assinado por Rachel
Bennette) se sustente até o fim, deixando poucas brechas para futilidades
que poderiam sair dos relacionamentos dos personagens.
Robert Pattinson
mostra um bom entendimento do complicado personagem. Não podemos negar que é um
dos melhores (senão o melhor) trabalhos desse criticado ator. Esperamos com
mais esperança “Cosmópolis” do Cronemberg, veremos. Mas voltando ao
filme, em uma cidade onde as mulheres tem forte influência sobre as decisões de
seus maridos, a ascensão em um tabloide dá à Georges Duroy (Pattinson) o status
que buscava. Em meio à todas as mulheres que o cercam, começa a ficar perdido
em relação as decisões que precisa tomar para alimentar seu lado gigolô-vingativo
e ganancioso, que possui uma tremenda vulnerabilidade quando sob ataque. Duroy apronta
de tudo e pede desculpas (para uma dama em específico). Parece contraditório,
não é? Porém, se encaixa bem na trama.
O trio feminino (as coadjuvantes) é de dar água na boca de
qualquer cinéfilo, executam seus respectivos personagens com toda elegância e
charme que eles necessitam. Kristin
Scott Thomas muito bem no papel da esposa influente do dono do jornal, existe
algum papel que essa veterana não consiga executar? Uma Thurman dá um show na pele da ‘jogadora’ que consegue estar em
todos os movimentos de clímax do filme, um dos melhores trabalhos da musa de
Tarantino. E por último, e com o mesmo destaque, Christina Ricci que interpreta Clotilde de Marelle, que possui uma forte
influência sobre as decisões do personagem principal na história.
Com uma trilha indutiva, que leva o público para dentro da
história, “Bel Ami” marca a estreia
de Robert Pattinson às críticas
positivas. Creiam cinéfilos, é verdade! Não deixem de conferir.
10/06/2012
Crítica do filme: 'Violeta foi para o Céu'
Anos de sofrimentos refletidos em canções. Dirigido por Andrés Wood (diretor do excelente “Machuca”), “Violeta foi para o Céu” é um drama que conta a história de Violeta
Parra, uma cantora chilena que teve uma trajetória muito complicada. Ao longo
dos 110 minutos de fita, percorremos muitas fases da vida dramática dessa
artista. O roteiro é muito bem feito, a direção é competente mas o ponto alto
da trama está na atuação de sua protagonista. A atriz Francisca Gavilán passa uma verdade impressionante com o olhar, uma
atuação de tirar o chapéu.
Na trama, somos apresentados a um retrato dramático da
famosa cantora chilena. A timidez na juventude é apenas um detalhe para o molde
da personalidade forte e marcante que viria exercer em seu futuro. A nossa jornada percorre as memórias, os
amores e suas esperanças entre cantorias e mais cantorias (uma mais profunda
que a outra) dessa artista que defendia suas canções sem nunca perder o orgulho
da sua origem chilena.
O roteiro analisa muito especificamente cada fase da
história da cantora. O Pai perdeu tudo no jogo, só deixando como herança um
violão velho que vira um amuleto para continuar de cabeça erguida no rumo de
sua vida. É nesse instrumento que Violeta encontra um conforto para sua sofrida
trajetória. Esse papel (e alguns traumas) da sua família em sua vida, vira um
detalhe que é interpretado de maneira diferente pelo público. Até onde os
acontecimentos trágicos levaram Violeta a cometer a tragédia já no desfecho da
história?
Entre uma sequencia e outra, muitas músicas compões à trama.
As letras profundas, geram reações calorosas da plateia. A interpretação de Francisca Gavilán é absurdamente linda.
Parece que Violeta veio do céu para iluminar essa tremenda atriz. Impecável
atuação.
Mesmo com muitos pontos positivos, a duração é o calcanhar
de Aquiles e deve gerar algumas observações dos cinéfilos. Da maneira que é
contada essa história, o público demora um pouco para se conectar. Mesmo com o
desfecho trágico, não precisava ser tão longo. A extensão da história só
prejudica o elo com o espectador.
Agora só falta você
conferir essa história, que tem alguns pontos negativos, mas merece sua análise,
cinéfilo! Viva o cinema latino!
06/06/2012
Crítica do filme: 'Prometheus'
Qual o nosso propósito? Qual a nossa origem? Pensando nessa
e em outras respostas, chega aos cinemas no próximo dia 15 de junho, o novo
trabalho de Ridley Scott, “Prometheus”. Inserido até o último
suspiro no gênero sci-fi, o longa futurístico conta a saga de cientistas em
busca de respostas para a humanidade. Recheado de figuras esquisitas marombadas,
gosmas melequentas e robôs que usam chinelo de dedo, a fita tem seu grande
ponto positivo no roteiro inteligente e bem bolado que deixa qualquer cinéfilo
feliz, claro.
Na trama, somos apresentados a uma equipe de exploradores
que descobrem uma pista para a seguinte questão: a origem da humanidade na
Terra! Isso acaba os levando a uma aventura interplanetária nos lugares mais
complexos que habitam o universo. Chegando em seu destino, os tripulantes da
"Prometheus" terão que enfrentar uma batalha cruel e dolorosa para
tentar salvar o futuro da raça humana.
Já em seu início, “Prometheus” prometia (não riam, eu sei que foi sem graça). Tomando uma batida de maracujá incandescente um ser de outro planeta colocava o espectador para pensar logo na primeira sequencia. Será que aquela cena explicaria alguma coisa mais pra frente? O filme consegue exercer esse poder, o da ‘informação vital’ para o entendimento. Se você se afastar da história em algum momento, pensamentos esquisitos irão navegar em sua mente, como por exemplo, um em que o robô David é o Zordon dos Powers Rangers, entre outras maluquices. Agora, falando um pouco mais sério, alguns pontos interessantes são levantados pela história. O ser ‘mãe’, a curiosidade humana (em relação à evolução) contra a aceitação religiosa, a interação entre seres artificiais e os humanos entre muitas outras questões. No caso desse filme, uma exceção à regra, não escreverei a fundo em relação a esses detalhes, pois, certamente spoilers virão e estragarão a sua surpresa.
Para ajudar a contar essa história, o competente diretor
chamou uma equipe de peso. Encabeçando a lista, no papel principal, Noomi Rapace, que após esse bom trabalho
consolida de vez seus pés em Hollywood. Charlize
Theron (cada vez mais parecida com a atriz Abbie Cornish), adotando um jeito “robótico vilanesca” cumpre com
méritos sua função para com a história. Logan
Marshall-Green, o sósia do Tom Hardy,
deixa o público um pouco perdido com as variações de seu personagem mas não
compromete nos principais momentos da trama. Mas, novamente esse ano, o show é
do alemão! Michael Fassbender interpreta
um ser bem peculiar e executa perfeitamente as características “humanas” que há
nele. Seu robô David, que quem vos escreve apelidou o mesmo carinhosamente de “robô
havaianas”, interage de forma misteriosa com os humanos às vezes reproduzindo
frases de outros filmes ao longo da fita. Quem disse que só os humanos tem
memória cinéfila? Resumindo, David é um personagem fundamental para o sucesso
da história.
O desfecho do longa é emblemático, então, não corram dos
cinemas antes do filme realmente terminar, senão, você perderá a principal cena
e que praticamente consolida uma grande ponte e raciocínios complexos desse e
de outra sequencia bastante conhecida pelo público.
Na telona, a jornada começa em 2089. Para você começa dia 15
de junho. Não deixem de anotar na agenda, vale muito a pena.
05/06/2012
Homenagem do jornalista Fabrício Duque ao dono do 'Guia do Cinéfilo'
Sabendo da minha implicância implacável contra o Sr. Cage, recebi uma homenagem do jornalista Fabrício Duque durante seu 'tour' por NY.
Obrigado irmão cinéfilo!
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Obrigado irmão cinéfilo!
04/06/2012
Crítica do filme: 'Branca de Neve e o Caçador'
Com um orçamento que beirou aos 100 milhões de dólares, “Branca de Neve e o Caçador”, tenta
conquistar o público com uma adaptação bastante sombria sobre o conto famoso da
Branca de Neve e os Sete Anões. Para essa ‘dark’ missão, foi convocado uma
vencedora do Oscar e um elenco basicamente de jovens que estão em alta no
mercado Hollywoodiano. A consequência disso é um filme muito irregular, com
atuações que beiram ao ridículo.
A narração do caçador já dava a pequena impressão do pesadelo que viria pela frente. Branca de neve encarna um espírito de William Wallace em busca da liberdade sua e de seu povo. Completamente sem carisma, os personagens são introduzidos na trama de maneira esquisita e sem nenhuma ponte criada com o espectador. A proposta comercial, que claramente vemos nas sequências, atrapalha o ritmo do filme que estranhamente se prolonga quase que eternamente, dando um ‘stop’ com mais de duas horas de sacrifício cinéfilo.
A escolha de Kristen Stewart para o papel da protagonista e de Chris Hemsworth para o papel secundário (do caçador) foi um grande equívoco cinematográfico. A primeira não consegue se conectar com nenhuma cena de sua personagem, parece que está em outro filme (não sei se vocês sentiram também essa impressão), já o segundo é muito irregular nas sequências e erra demais quando tenta deixar eu personagem engraçado, chega a ser constrangedor em alguns momentos.
Tem ponto positivo? Tem sim. A ótima trilha do craque James Newton Howard. Mas é muito pouco para um longa que prometia ser um dos melhores do ano. Na telona, simplesmente, não acontece. O que era pra ser diversão vira chatice em forma de cinema.
Na trama, após muitos anos de felicidade, o reinado do Rei
Magnus chega ao fim de forma dramática. Sua filha, a princesa Branca de Neve,
consegue fugir da tirania da Rainha Má e vai procurar refúgio em um lugar muito
perigoso. Para capturá-la de volta, a vilã da trama manda o ‘caçador’ para a
missão, prometendo-o ter sua mulher de volta caso tenha êxito. Mas o jovem
acaba tornando-se protetor e mentor da bela princesa e juntos planejam uma
missão para derrotar a Rainha Má.
A narração do caçador já dava a pequena impressão do pesadelo que viria pela frente. Branca de neve encarna um espírito de William Wallace em busca da liberdade sua e de seu povo. Completamente sem carisma, os personagens são introduzidos na trama de maneira esquisita e sem nenhuma ponte criada com o espectador. A proposta comercial, que claramente vemos nas sequências, atrapalha o ritmo do filme que estranhamente se prolonga quase que eternamente, dando um ‘stop’ com mais de duas horas de sacrifício cinéfilo.
A escolha de Kristen Stewart para o papel da protagonista e de Chris Hemsworth para o papel secundário (do caçador) foi um grande equívoco cinematográfico. A primeira não consegue se conectar com nenhuma cena de sua personagem, parece que está em outro filme (não sei se vocês sentiram também essa impressão), já o segundo é muito irregular nas sequências e erra demais quando tenta deixar eu personagem engraçado, chega a ser constrangedor em alguns momentos.
Tem ponto positivo? Tem sim. A ótima trilha do craque James Newton Howard. Mas é muito pouco para um longa que prometia ser um dos melhores do ano. Na telona, simplesmente, não acontece. O que era pra ser diversão vira chatice em forma de cinema.
03/06/2012
Crítica do filme: 'Em Busca da Felicidade' (2007)
Escrito e dirigido pelo desconhecido Brad Isaacs, “Em Busca da
Felicidade”, é um como tantos filmes que não conseguiram espaço para
aparecer aqui no Brasil. É um daqueles tesouros que achamos empoeirados e
escondidos nas prateleiras das locadoras (das que ainda existem) ou vendidos à
9,90 em um DVD duplo (dividindo espaço com outra produção). Um drama que tem um ‘começo, meio e fim’ bem
estruturados, o que deixa o espectador confortável com a bela história contada,
em pouco mais de 80 minutos de fita.
Na trama, que é situada na década de 60, dois jovens (interpretados
pelos excelentes Cayden Boyd e AnnaSophia Robb) vivem uma história
mágica, embarcando em uma aventura, com muitas descobertas, para encontrar
novos pais e escapar da vida triste em que viviam. Um longa que fala sobre
violência, mas não é com aquela abordagem e nem daquela maneira em que estamos
acostumados a ver no mundo do cinema. A violência em questão é emocional. A
nulidade que os pais do jovem protagonista exercem sobre o mesmo é algo de dar
lágrimas nos olhos e um desejo de que isso nunca possa acontecer no mundo real.
Ótimos personagens vão aparecendo ao longo do filme e cada
um deles contribui para o saldo positivo do que vemos nas sequências. Os pais
do protagonista, um adorador de barcos e a outra viciada em artistas de
Hollywood, são os grandes vilões da trama e impactam no jovem filho o desejo de
mudança.
O longa comove com a sutileza que agrega à situações
extremamente dolorosas, que poderiam causar um verdadeiro caos emocional no
coração de uma criança. O personagem principal é dotado de uma maturidade única
e consegue forças para sair daquela relação distante com seus pais, indo buscar
sua própria liberdade com a ajuda de sua nova amiga. O caminho é de descobertas
e isso torna a produção muito simpática e interessante.
Um material rico como esse não pode deixar de ser visto
pelos cinéfilos. Recomendado.
02/06/2012
Top 5 - Piores e Melhores - Liam Neeson
Sir William John Neeson nasceu no ano de 1952, é um ator
irlandês. Filho de uma cozinheira e um zelador. Seu nome é a forma irlandesa e
escocesa, do nome William (Aqui no Brasil ele se chamaria William Neeson, por
exemplo). Vindo de uma família pobre,
com menos de dezoito anos já trabalhava como operador de grua ao mesmo tempo
que mantinha uma carreira de pugilista amador. Com 11 anos, Neeson andou pela
primeira vez no palco. Sua professora de Inglês lhe deu o papel principal numa
peça da escola, que ele aceitou porque a menina se sentiu atraído seria
protagonista. A partir de então, ele continuou atuando em produções escolares
para os anos seguintes.
Foi estudante de física e estudante de graduação de ciência
da computação na Universidade Queen de Belfast em Belfast, Irlanda do Norte,
antes de sair para trabalhar para a cervejaria Guinness. Ele descobriu um
talento para o futebol na Universidade de Queens, quase seguindo na carreira de
jogador profissional. Após alguns anos assim resolveu partir para a cidade
de Belfast para tirar o curso de
professor. Contudo, em 1976, sentindo-se tentado pela carreira de ator,
inscreveu-se numa companhia de teatro de Belfast.
Em 1980, o cineasta John
Boorman o vi no palco, atuando como Lennie Pequeno em “Of Mice and Men”, e ofereceu-lhe a parte de Sir Gawain no filme
Artur, “Excalibur”. Depois de “Excalibur”, Neeson se mudou para Londres, onde
continuou a trabalhar no palco, filmes de orçamento pequeno e séries de
televisão. Em 1987, Neeson tomou uma decisão consciente para ir para Hollywood,
a fim de estrela em papéis de alto perfil.
A grande oportunidade de Neeson surgiu quando Steven
Spielberg, de visita a Londres, ficou impressionado com o seu talento em palco
e com as suas aparências físicas com o personagem do projeto que tinha em mãos.
Imediatamente convenceu-o a aceitar o papel de Oskar Schindler, industrial
alemão que salvou perto de um milhar de judeus das garras dos comandantes SS
dos campos de concentração em “A Lista
de Schindler”, 1993. Após o grande trabalho nesse filme virou figurinha
carimbada de muitos filmes grandiosos e marcou de vez sua presença no
concorrido mundo Hollywoodiano.
Abaixo analisaremos os cinco melhores e os cinco piores
trabalhos desse ator que foi nomeado oficial da Ordem do Império Britânico por
Rainha Elizabeth II, na Lista de 1999. Serei muito breve nos comentários dos
filmes – assim, o artigo não fica muito grande e ninguém usa a desculpa de que
ficou com preguiça de ler (rs). Ainda assim, peço desculpas a todos.
Os 5 Melhores de Liam Neeson
A Lista de Schindler – Kinsey - Café da Manhã em Plutão - Rob Roy - Os
Miseráveis
5+ “Os Miseráveis” (Les Miserables, 2008) de Bille August
Uma das melhores adaptações do célebre livro de Victor Hugo.
Bille August tem uma direção muito inteligente e uma visão muito interessante
sobre essa história que está no imaginário de muitos. Liam Neeson é um ótimo Jean Valjean.
4+ “Kinsey - Vamos Falar de Sexo” (Kinsey, 2004) de Bill Condon
Um filme muito agradável que conta a história de Kinsey, levantou
dados sobre o comportamento sexual de milhares de pessoas. Liam dá um show no
papel do protagonista.
3+ “Café da Manhã em Plutão” (Breakfast on Pluto, 2004) de Neil Jordan
Um dos grandes trabalhos do excelente Cillian Murphy é essa fita dirigida pelo também competente Neil
Jordan. Contando a história do travesti amargurado ‘Kitten’, “Café da Manhã em Plutão” é um filme
sensível que precisa ser conferido por todos os cinéfilos.
2+ “Rob Roy - A Saga de uma Paixão” (Rob Roy, 1995) de Michael Caton-Jones
Na pele do herói escocês que dá nome ao filme de Michael
Caton-Jones, Liam Neeson provou mais
uma vez porque é um dos atores mais talentosos de sua geração. Seu dueto com Jessica Lange é inesquecível. Filme
para ver e rever.
1+ “A Lista de
Schindler” (Schindler's List, 1993) de Steven Spielberg
A obra-prima de Liam
Neeson. A principal atuação de sua carreira e sem dúvidas o melhor filme
que já participou. Uma obra inesquecível do diretor das multidões Steven Spielberg.
Os 5 Piores de Liam Neeson
Fúria de Titãs - Esquadrão Classe A – Cruzada - Um Tira à Beira de uma
Neurose - Fúria de Titãs 2
5- “Um Tira à Beira de uma Neurose” (Gun Shy, 2000) de Eric Blakeney
Misturando colapso
nervoso e sessões de psicologia, “Um
Tira à Beira de uma Neurose” tem um roteiro muito embolado. É o famoso caso
de ótimo material humano não muito bem aproveitado. Um dos piores filmes do
currículo de Liam.
4- “Cruzada” (Kingdom
of Heaven,2005) de Ridley Scott
Um terrível filme sobre o tema. Merece ser desossado e
analisado item por item mas não é o caso para agora. Umas das piores produções
de Ridley Scott. História tediosa
que não se encaixa, muito por conta da falta de carisma de Orlando Bloom.
3- “Fúria de Titãs 2”
(Clash of the Titans, 2012) de Jonathan Liebesman
Em tempos de guerra, se você tem poder, então você tem
dever. Seguindo essa linha de chamada de guerreiros que estavam aposentados,
temos o pontapé do novo trabalho do Sul-Africano Jonathan Liebesman (“Invasão
do Mundo: Batalha de Los Angeles”), “Fúria
de Titãs 2”. Na eminente guerra, onde Deuses e homens são afetados, quem
acaba sofrendo é o público com atuações muito fracas e uma história apenas
superficial. Pode ser até que vire um grande jogo de vídeo game, mas como filme
deixou, novamente, muito à desejar.
2- “Esquadrão Classe A” (The A-Team , 2010) de Joe Carnahan
Baseado em série de TV de sucesso, “Esquadrão Classe A”,
conta a história de um grupo de soldados que fora condenado por um crime que
não cometeram. Não dá para entender o que é pior no filme, as atuações ou a
direção. Até para quem gosta de filmes do gênero vira um programa tediante ver
esse filme.
1- “Fúria de Titãs” (Clash of the Titans, 2010) de Louis Leterrier
Tinha tudo para ser um dos grandes filmes sobre mitologia já
feitos, infelizmente passou longe disso e acabou se tornando um dos piores. Nada
se encaixa e a mitologia praticamente não existe. Lamentável em muitos
sentidos.
Menção Honrosa
ou Horrorosa: No filme "Simplesmente
Amor" o veterano ator homenageado nesse Top 5 mostrou toda habilidade emocional
cênica ao lado de outros grandes artistas.