23/04/2017

Crítica do filme: 'Power Rangers (2017)'

A amizade supõe a confiança, união de pensamentos e esperança. Dirigido pelo cineasta sul africano Dean Israelite, o mesmo de Projeto Almanaque (2015), Power Rangers (2017) finalmente chega as telonas para delírio de uma legião de fãs que acompanharam as aventuras de Zordon e dos Rangers ao longo da saudosa década de 90. Com um roteiro que foca em toda a mitologia da série, sem esquecer das cenas de ação e toda a atmosfera do seriado, o filme se torna uma grata surpresa quando pensamos em cinema. Mesmo sem terem poderes especiais, parece que os roteiristas também morfaram, conseguindo entregar um trabalho muito interessante que deve agregar mais público a imensa legião de fãs desses super heróis.

Na trama, conhecemos alguns estudantes, de personalidades totalmente diferentes que estão juntos na detenção de sua escola (uma espécie de punição por indisciplina). Aos poucos, alguns deles vão se conectando, o que os levam a uma caverna onde encontram algumas moedas com cores diversas que possuem poderes extraordinários os transformando em Power Rangers. Para ajuda-los nessa missão primária de conhecimento sobre os poderes que agora possuem, vão contar com a ajuda de Zordon (Bryan Cranston) e Alpha, principalmente quando a terrível Rita Repulsa (Elisabeth Banks), uma ex-Rangers que foi para o lado mal da força, quer destruir a terra.

O roteiro navega no universo da história com muito eficiência, adotando paralelos nítidos com o clássico de John Hugues, Clube dos Cinco. A mitologia desse famoso seriado da década de 90 ganha muita força nas mãos dos excelentes roteiristas Ashley Miller e Zack Stentz, os mesmos que escreveram o ótimo de X-Men: Primeira Classe (2011). Assim, vamos descobrindo toda a lógica dos Powers Rangers, principalmente a saga de Zordon e seu espírito de proteger a humanidade do mal em todas as épocas. As lições que os Rangers recebem são inúmeras aproximando a história do público, muito porque nessa fase de descobrimento dos poderes os mesmos são muito vulneráveis, o saber vencer e o poder da amizade para não ser derrotada são paralelos que vemos na vida real.


Uma das vantagens desse bom filme é que os personagens conseguem se dividir e juntos contar essa bela história. Não existe um protagonista, o roteiro fica com esse posto e assim vamos nos divertindo em cada sequência, principalmente o público que foi fã do seriado (que passava na tv aberta anos atrás) com várias referências legais para eles. É muito legal poder ouvir ‘Go Go Power Rangers’ numa sala de cinema. Não deixem de conferir!


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Crítica do filme: 'O Poderoso Chefinho'

A maneira como tratamos nossos pais e irmãos é a forma como iremos tratar o mundo inteiro. Falando sobre o amor de irmãos e muito também sobre as rotinas/rituais familiares, o longa metragem, já sucesso de bilheteria no mundo a fora, O Poderoso Chefinho, é mais um drama/aventura/comédia que utiliza técnicas de animação que possui um resultado satisfatório na telona. Com muitos momentos cômicos, explorando bastante o imaginário da criançada e com muitas lições espalhadas ao longo dos 100 minutos de projeção, O Poderoso Chefinho é uma grande aula de como fazer um filme agradável para públicos de todas as idades.

Na trama, conhecemos um jovenzinho que é amado e idolatrado por sua mamãe e seu papai. Filho único, tem praticamente o universo todo pra si além de adorar se imaginar em diversas histórias de aventura. Tudo isso muda bastante quando chega um bebê, toda a atenção que o jovenzinho tinha é transportada automaticamente para o bebê. Só que esse não é um bebê comum, ele fala, usa terno e carrega uma maletinha misteriosa. Após inúmeras situações, o jovenzinho e o bebê acabam se unindo para combater um CEO de uma empresa que deseja acabar com os sentimentos de amor no mundo.

O arco inicial é muito bem construído, conhecemos rapidamente a rotina da família do jovenzinho e nos identificamos com muitas sequências. Com a chegada do bebê falante, já no arco dois, a trama fica um pouco confusa até a explicação bastante criativa de vários porquês que surgem, como a principal delas: porque o bebê fala? A partir do terceiro arco, já rumo a sua conclusão, percebemos um amadurecimento da história com explicações um pouco mais lógicas e com foco total nos sentimentos e emoções que uma família pode provocar.


O Poderoso Chefinho estreou no circuito nacional faz algumas semanas e as sessões continuam cheias. Não é um filme inesquecível mas é um bom projeto que fala com muita autoridade sobre o sentimento pioneiro em nossa vida, o mais puro que podemos sentir: o amor pela nossa família.
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06/04/2017

4a Mostra Joias do Cinema Francês começa a partir da próxima quinta-feira (13.04) No Cine Joia Copacabana



4a Mostra Joias do Cinema Francês começa a partir da próxima quinta-feira (13.04) No Cine Joia Copacabana.

Seleção Feita pela Equipe de programação do Cine Joia

O Cine Joia Copacabana, em  parceria com o Consulado da Embaixada da França no Brasil, começa a exibir a partir dessa próxima quinta-feira (13.04) sete filmes franceses inéditos em mais uma edição da Mostra Joias do Cinema Francês. Nessa 4a edição, novamente com curadoria da equipe de Programação do Cine Joia, ganhadora de prêmios e reconhecida pelo público cinéfilo como uma das melhores da cidade, o projeto volta a trazer filmes franceses inéditos no circuito carioca e que nunca chegaram ao circuito exibidor brasileiro. A Equipe do Joia acredita que essa chance de exibição irá abrir portas para o público conhecer ainda mais o belo cinema feito na França.

Entre os destaques desse ano, o espetacular filme ‘No olho do Furacão’, de Sékou Traoré; a excelente comédia 'Não é o Meu Tipo’ de Lucas Belvoux; e uma coletânea de entrevistas com críticos e filósofos contemporâneos numa tentativa de construir novas formas de pensar sobre a luta contra os mecanismos de dominação da sociedade a partir do legado de Foucault, o documentário ‘Foucault Contra si Mesmo’ de François Caillat.


Programação da 4a Mostra Joias do Cinema Francês:


Não é o meu Tipo (2013) - 106'

Direção: Lucas Belvaux

Gênero: Comédia Romântica

Classificação: 16 anos

Sinopse: Clément, jovem professor de filosofia parisiense, é transferido para o interior por um ano. Longe da agitada Paris, ele não sabe como ocupar seu tempo livre, até encontrar Jennifer, uma humilde cabeleireira, por quem se interessa. Se para ele o mundo é regido por Kant e Proust, para ela a vida é uma grande novela regada a karaokes e noitadas. Um amor improvável floresce.


Não Sou um Canalha (2016) - 105'

Gênero: Drama 

Direção: Emmanuel Finkiel

Classificação: 16 anos

Sinopse: Eddy (Nicolas Duvauchelle) é assaltado e acaba sendo ferido. Com isso ele ganha a simpatia e atenção da família que estava afastado de novo. Já a vida de Ahmed (Driss Ramdi) começa a desmoronar, quando ele é acusado de um crime que não cometeu. Quando o caso de Ahmed começa a desvendado, Eddy precisa começar a se preocupar.


IRREPREENSÍVEL (IRRÉPROCHABLE -2015) - 100'

Direção: Sébastien Marnier

Gênero: Drama

Sinopse: Depois de muitos anos morando em Paris, a agente imobiliária Constance Beauvau (Marina Foïs) perde o emprego e não tem dinheiro para manter seu apartamento. A solução é voltar para a pequena cidade onde cresceu, e se confrontar aos traumas da juventude. Ela volta a conversar com um antigo interesse amoroso e visita o patrão da agência onde trabalhava. Mas o chefe prefere outra candidata ao cargo disponível. Inconformada, Constance decide fazer o que for necessário para reconquistar a vida que tinha.


A Escola de Babel (2013) - 95'

Direção: Julie Bertuccelli

Classificação: 14 anos

Sinopse: Quando um grupo de imigrantes chega à França buscando recomeçar, seus filhos precisam se adaptar à nova vida. Eles não falam francês e por isso passam a estudar em uma classe iniciante para aprender a língua. Nas aulas esses jovens com idades entre 11 e 15 anos conversam sobre a relações com suas famílias e sobre o futuro, além de suas diferenças.

FOUCAULT CONTRA SI MESMO (2013) - 59'

Direção: François Caillat

Classificação: 16 anos

Gênero: Documentário

Sinopse: Uma coletânea de entrevistas com críticos e filósofos contemporâneos numa tentativa de construir novas formas de pensar sobre a luta contra os mecanismos de dominação da sociedade a partir do legado de Foucault.



Tristesse Club (2013) - 91'

Direção: Vincent Mariette

Gênero: Comédia Dramática

Classificação: 16 anos


Sinopse: Se você gosta de caça ao tesouro, Porsches antigos, irmãs que não são irmãs, pais que não estão realmente mortos, lagos e seus segredos: bem-vindo ao clube.




O Olho do Furacão (2015) - 100'

Direção: Sékou Traoré

Classificação: 16 anos

Gênero: Drama

Emma é uma defensora pública que vai representar um rebelde acusado de crime de guerra. Para o sistema, ele não passa de uma besta feroz, mas, aos poucos, ele revela seu passado.





Serviço:

Local: Cine Joia Copacabana
Endereço: Avenida Nossa Senhora de Copacabana 680 - Subsolo
Telefone: (21) 22365624
Horários: Consultar programação da mostra
Ingressos: R$ 8 Reais 
Lotação: 87 lugares
Bilheteria: de Segunda a Domingo, das 12:30h às 22h

E-mail e telefone da Equipe de Programação do Cine Joia Copacabana:
(21) 22365624 - raphaelcamacho@vilacine.com
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Crítica do filme: 'O Mundo Fora do Lugar'

A vida segue acontecendo nos detalhes, nas surpresas e nas alterações de curso que não são determinadas por você.  Escrito e dirigido pela excelente cineasta alemã Margarethe von Trotta (do ótimo Hannah Arendt - Ideias Que Chocaram o Mundo), O Mundo Fora do Lugar fala sobre os imprevistos e surpresas do destino quando segredos de uma família são revelados a partir de um rosto parecido de alguém que já se foi. O roteiro navega em uma história turbulenta, repleta de carga dramática e com duas atuações  impressionantes (Katja Riemann e Barbara Sukowa).

Na trama, conhecemos a doce Sophie (Katja Riemann) uma mulher forte e determinada que busca a carreira de cantora na cidade onde mora na Alemanha, além e trabalhar como mestre de cerimônias de casamentos. Certo dia, após receber uma ligação de seu pai, acaba descobrindo uma estranha história e a possibilidade de uma cantora de ópera norte americana Caterina Fabiani (Barbara Sukowa) ter algum parentesco com ela pela tamanha semelhança de Caterina com sua mãe já falecida. Assim, Sophie embarca em uma viagem para ir de encontro com as verdades de seu passado.

As canções  que somos testemunhas são interpretadas com emoção, as duas atrizes, carregadas em seus dramas singulares conseguem passar para o público todo o sofrimento dessa surpreendente relação que envolve surpresas e modificações na maneira de enxergar o passado de suas famílias.  O Mundo Fora do Lugar é o lírico encontrando belas formas de se predestinar na telona.

As verdades precisam ser ditas. Em busca de respostas para lacunas não preenchidas,  a protagonista se vê mais envolvida com essa investigação do que imaginava. Sophie é inteligente, chama o pai pelo nome dele, não consegue se estabelecer em uma relação amorosa por muito tempo. Muitas dessas características se modificam, junto com sua maneira de enxergar a todos que estão ao seu redor.

Mesmo com uma conclusão rasteira, que não chega a profundidade criada pelo clímax de seu roteio, O Mundo Fora do Lugar é um filme que chama a atenção pela delicadeza de uma nova relação e pelas surpreendentes descobertas que a vida pode nos trazer.


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