A amizade supõe a confiança, união de pensamentos e
esperança. Dirigido pelo cineasta sul africano Dean Israelite, o mesmo de Projeto Almanaque (2015), Power Rangers (2017) finalmente chega
as telonas para delírio de uma legião de fãs que acompanharam as aventuras de
Zordon e dos Rangers ao longo da saudosa década de 90. Com um roteiro que foca
em toda a mitologia da série, sem esquecer das cenas de ação e toda a atmosfera
do seriado, o filme se torna uma grata surpresa quando pensamos em cinema.
Mesmo sem terem poderes especiais, parece que os roteiristas também morfaram,
conseguindo entregar um trabalho muito interessante que deve agregar mais
público a imensa legião de fãs desses super heróis.
Na trama, conhecemos alguns estudantes, de personalidades
totalmente diferentes que estão juntos na detenção de sua escola (uma espécie
de punição por indisciplina). Aos poucos, alguns deles vão se conectando, o que
os levam a uma caverna onde encontram algumas moedas com cores diversas que
possuem poderes extraordinários os transformando em Power Rangers. Para ajuda-los
nessa missão primária de conhecimento sobre os poderes que agora possuem, vão
contar com a ajuda de Zordon (Bryan Cranston) e Alpha, principalmente quando a
terrível Rita Repulsa (Elisabeth Banks), uma ex-Rangers que foi para o lado mal
da força, quer destruir a terra.
O roteiro navega no universo da história com muito
eficiência, adotando paralelos nítidos com o clássico de John Hugues, Clube dos Cinco. A mitologia desse
famoso seriado da década de 90 ganha muita força nas mãos dos excelentes
roteiristas Ashley Miller e Zack Stentz, os mesmos que escreveram o ótimo de X-Men: Primeira Classe (2011). Assim, vamos
descobrindo toda a lógica dos Powers Rangers, principalmente a saga de Zordon e
seu espírito de proteger a humanidade do mal em todas as épocas. As lições que
os Rangers recebem são inúmeras aproximando a história do público, muito porque
nessa fase de descobrimento dos poderes os mesmos são muito vulneráveis, o
saber vencer e o poder da amizade para não ser derrotada são paralelos que
vemos na vida real.
Uma das vantagens desse bom filme é que os personagens
conseguem se dividir e juntos contar essa bela história. Não existe um protagonista,
o roteiro fica com esse posto e assim vamos nos divertindo em cada sequência,
principalmente o público que foi fã do seriado (que passava na tv aberta anos
atrás) com várias referências legais para eles. É muito legal poder ouvir ‘Go
Go Power Rangers’ numa sala de cinema. Não deixem de conferir!