15/07/2012

Crítica do filme: 'Twixt'


‘Nem David Lynch tem sonhos tão estranhos...’


O novo filme do tio de Nicolas Cage, Francis Ford Coppola, é um dos favoritos ao prêmio de pior filme do ano. Não tem como começar um texto sem mostrar a insatisfação desse cinéfilo que vos escreve para com a qualidade desse bizonho trabalho. Uma narração bizarra logo no início, parecia gravação de chamadas de filmes trash, já indicava a perigosa trilha que faria “Twixt” (não, não tem nada haver com aquele chocolate). Totalmente sem rumo, o roteiro é muito ruim perdendo o grande destaque negativo somente para a trilha apática que coloca o filme completamente fora de contexto, durante os poucos mais de 80 minutos de fita.

Na trama, um escritor (que usa um chapeuzinho ridículo a lá ‘Indiana Jones do terror’), mais ou menos famoso, visita uma cidadezinha para autografar seu mais recente trabalho. Após muitos diálogos estranhos com moradores (igualmente esquisitos) é envolvido em um misterioso assassinato. Com direito a sonhos com fantasmas, cenas peculiares e suspense sobre alguns fatos, o escritor corre atrás para apurar toda a louca história em que se meteu.

Val Kilmer (e seu rabo de cavalo) interpreta o escritor de contos de bruxas. Será que algum dia vai baixar, novamente, o santo em Val Kilmer? (fato que ocorreu em sua brilhante atuação no longa “The Doors”). O papel é terrível e a atuação beira à imperfeição. Candidato ao framboesa de ouro desse ano, não pode haver dúvidas.

O longa tem momentos que beiram ao ridículo, o espectador ora fortemente para o filme terminar o mais breve possível. O famoso escritor americano Edgar Allan Poe é citado inúmeras vezes, coitado! Deve estar se revirando no túmulo uma hora dessas. A trilha é horrível. Leva o público, em determinados momentos, para dentro de um filme de faroeste e não para um filme de terror/suspense. Dá a ligeira impressão que a composição fora feita para algum outro trabalho, não esse.

O pior filme do ano disparado, até agora. O personagem principal, tem uma fala que traduz muito bem o sentimento do público: “Meu Deus, estou perdido”. Como Coppola conseguiu dirigir, roteirizar e produzir esse trabalho e não ver que tudo estava muito errado? Realmente, não dá para entender, seu pior filme. Fujam para as montanhas, cinéfilos!