10/09/2012

Crítica do filme: 'O Legado Bourne'


"...Gavião aranha em busca de sua autonomia na terra do comprimido azul e verde..."

Inspirado no célebre personagem de Robert Ludlum e dirigido por nova iorquino Tony Gilroy (que conduziu o excelente “Conduta de Risco”), chegou aos cinemas de todo o Brasil na última sexta-feira (07) o novo filme da franquia Bourne, “O Legado Bourne”. Para quem esperava ver novamente Matt Damon na pele do protagonista, pode esquecer. Infelizmente para muitos, Jason Bourne parece um fantasma que é mencionado durante muitos minutos na fita. Quem comanda a história agora é o ator Jeremy Renner, com seu personagem Aaron Cross. O roteiro, deveras complexo, faz toda hora menções a acontecimentos nos outros filmes em forma de histórias que correm em paralelo à trama central. Pena que muita coisa não se encaixa (é um tal de comprimidos pra lá, comprimidos pra cá), os clichês tomam conta e assim o espectador vai se afastando aos poucos, mantendo a atenção apenas nas ótimas cenas de ação que recheiam o longa.

Na trama, conhecemos um homem programado para ser um soldado, a favor de uma grande nação, que passou pelo mesmo treinamento que Jason Bourne. Quando o programa Treadstone se coloca em problemas, todos os soldados que fazem parte dele precisam ser eliminados, só restando um único sobrevivente, Aaron Cross. Assim, ao lado de uma médica especialista em vírus, Cross precisa rodar o planeta atrás de um composto que complete a experiência a qual foi alvo além de fugir das tentativas de assassinato que volta e meia o rodeia.

Às vezes nos sentimos naqueles aulões de biologia que cursos preparatórios cansam de ministrar. É célula programada, reações físicas/químicas metabólicas, praticamente saímos do cinema (isso se você não dormir) PHD’S em Biologia. Será que não tinha uma maneira mais fácil de abordar algumas questões? O filme não consegue ser uma boa diversão para quem não viu os outros filmes. Por mais que a história tenha um novo protagonista, sem ter visto os outros filmes da franquia fica difícil analisar e entender o longa em sua totalidade. Então cinéfilo, fica logo a dica, veja os outros três filmes para sentar na cadeira do cinema e conferir essa quarta produção.

Será que o treinamento de Jeremy Renner foi para ser o novo Homem Aranha? O que o ator escala de parede (com a maior facilidade) não é brincadeira. Falta carisma ao ‘novo Bourne’. Jeremy Renner (que já fora indicado ao Oscar) se esforça, transpira, pula, luta mas não consegue criar aquela empatia que Matt Damon fazia sem esforço.

Cansativo, barulhento e decepcionante. Por favor, tragam o Jason Bourne de volta!