08/09/2012

Crítica do filme: 'Os Infiéis'


Festival de bundas, chá verde e infidelidade da turma que comanda o ‘boi’

Reunindo dois ótimos atores franceses, uma boa direção e um roteiro com altos e baixos, “Os Infiéis” estreou no circuito nacional nessa última sexta-feira (07). Dirigido por Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Alexandre Courtès, Jean Dujardin, Michel Hazanavicius, Jan Kounen,Eric Lartigau,Gilles Lellouche o longa é dividido em muitas partes (esquetes), como se fossem pequenos pedaços, que giram ao redor (em relação à temática) da trama que começa e termina o filme. Mesmo parecendo confuso à primeira vista, a produção é muito interessante tendo partes brilhantes e outras nem tanto assim.  Jean Dujardin e Gilles Lellouche interpretam cinco personagens cada um, os dois estão excelentes em cada um desses, risos e mais risos chegaram até o cinéfilo muito facilmente.

Na trama conhecemos diversos personagens que estão em dívida amorosa com suas parceiras por serem infiéis. Tem a dupla de amigos que pegam várias mulheres em uma simples balada e com um sonho de ir pra Las Vegas curtir a vida, tem o masoquista que gosta de velhinhas, tem o ‘educadinho’ que não consegue se segurar e trai sua mulher o tempo todo, tem o dentista que pega uma ninfeta mas não consegue acompanhar a geração dela, entre tantos outros.

O filme tem um ritmo que vai se modificando ao longo da fita. Mistura histórias de flagras, discussões sobre traição e o pesar da consciência que volta e meia paira sobre a cabeça de alguns personagens. O grande mérito é abordar as diversas maneiras de traição de forma simples, objetiva e muito engraçada. As sequências das reuniões dos ‘traidores anônimos’ é riso na certa (Guillaume Canet, marido de Marion Cotillard, está espetacular na pele do hilário Thibault)! A trilha sonora também merece destaque, consegue ter um espaço marcante no meio dos risos e dramas que o longa aborda, méritos para Pino D'Angiò e Evgueni Galperine.            

O show mesmo vai para os 10 personagens interpretados pela dupla dinâmica do cinema francês Jean Dujardin e Gilles Lellouche. Cenas hilárias e muito bem dirigidas são vistas em cada uma dessas sequencias. O entrosamento dos dois é algo que impressiona, fator muito visto no teatro, quando os atores estão sempre trabalhando à longo prazo.

Como em toda comédia tem seus exageros, como o momento ‘Mel Gibson’ e um festival de bundas que aparecem sem nenhuma necessidade. O fato de ser muito ‘cortado’ atrapalha um pouco o andamento do filme, é como se fosse perder pontos naquela categoria de votação das escolas de samba, evolução. Mas nada que atrapalhe a diversão do espectador.

Quer se divertir? Não perca tempo, corra para o cinema e veja essa agradável película francesa!