27/10/2013

Crítica do filme: 'Uma Noite de Crime'



A abertura aterrorizante da produtora Blumhouse já indicava que teríamos momentos de tensão nessa surpreendente história escrita e dirigida pelo norte-americano James DeMonaco (State Island). Estimado em quase U$$ 3 Milhões de dólares, o filme já faturou mais de 30 milhões em poucos dias de exibição nos Estados Unidos tornando-se  líder de bilheteria e automaticamente a grande sensação da temporada. Protagonizado por Ethan Hawke (Antes da Meia-Noite), o suspense apresenta em tom argumentativo o caos democrático que pode se instaurar quando a violência – em uma única noite a cada ano – pode prevalecer sem punições.

Logo no início do filme, somos avisados que estamos no ano de 2022, onde um acordo governamental permitiu que as pessoas possam cometer crimes e vinganças se qualquer tipo de punição. Assim, conhecemos a família Sandin, que alcançou a riqueza nos últimos anos vendendo sistemas de segurança par aos vizinhos e sempre optou por se proteger ao invés de descarregar a raiva nesses dias one a violência reina. O filme basicamente são os fatos acontecidos em uma dessas noites onde a violência pode se externalizar sem punições e onde a família Sandin é alvo de jovens transtornados, sádicos e completamente insanos que travam uma guerra psicológica e física com os habitantes da mansão.  

O conflito pessoal de cada um dos personagens é preponderante para criar o interessante clima de suspense que é instaurado ao longo dos 82 minutos de fita. O filho mais novo se rebela contra o pensamento dos pais, a filha mais velha fica traumatizada com uma tragédia que acontece durante a noite e a mãe das crianças passa por um longo, traumático e curto período de transformação. James Sandin (Ethan Hawke), o pai das crianças, resolve ir contra tudo que sempre pensou e proteger sua família. Bolas de sinuca, metralhadoras ao melhor estilo Duke Nukem, machados e tacos de golfe são utilizados como armas. O espectador neste momento se sente dentro de um simulador de violência, onde a guerra travada é extremamente sangrenta e totalmente inconsequente.

O inteligente roteiro percorre o campo da argumentação mostrando os dois lados dessa inusitada situação de expurgo: os que são a favor e acreditam que esses violentos dias vieram para salvar a sociedade corrompida e os que são contra e que sofrem ou tem medo de sofrer alguma consequência desses atos radicais sem controle. Respostas claras não são dadas, deixando o público entrar no debate escolhendo algum dos dois lados.

O longa-metragem abre um leque de possibilidades para o seu desfecho levando o público a torcer, ou não, pela indefesa família a cada instante. O suspense gera alguns pequenos sustos até quando parte para seus momentos de ação, do meio para o fim, cumprindo seu papel. Merece ser conferido onde melhor conseguimos sentir a ambientação daquelas sequências, numa sala de cinema. Nada como bons sustos e histórias originais para atrair a atenção dos cinéfilos.