27/12/2014

Crítica do filme: 'Wish I Was Here'



A adversidade é um trampolim para a maturidade. Em seu terceiro longa-metragem do currículo, o norte-americano Zach Braff, que você já deve ter ouvido falar por conta do seriado Scrubs, volta a falar sobre dramas familiares e personagens complexos no intrigante e cheio de metáforas Wish I Was Here. O filme é um drama comovente sobre a arte do crescer e saber a hora certa de adicionar componentes de maturidade nas suas escolhas de vida.

Na trama, conhecemos um ator desempregado chamado Aidan (Zach Braff), pai de dois filhos, que vive às custas de sua mulher Sarah (Kate Hudson) que é extremamente infeliz no casamento. Para piorar, seu pai Gabe (Mandy Patinkin) está com câncer terminal e sua vida começa a desabar ao seu redor. Assim, o protagonista embarcará em uma jornada em busca de um novo sentido para seu destino.

Wish I Was Here é uma história madura sobre as verdades do mundo lá fora. O protagonista vive em busca de seu sonho mas acaba esquecendo das coisas básicas como por exemplo sustentar sua família. O roteiro de Zach Braff brilha nesse momento. Acomodado pelo sustento de sua mulher e pela ajuda considerável que seu pai lhe dava, o personagem entra em parafuso quando precisa aprender a caminhar sozinho, mesmo que forçadamente. Esse longa-metragem é uma história totalmente possível em nossa realidade, principalmente quando pensamos naquele amigo que sempre foi mimado por sua família, talvez por isso que a história chegue com um certo impacto para cada um de nós cinéfilos.

O termômetro da trama é a esposa do protagonista, Sarah, interpretada de maneira muito competente por Kate Hudson. Há uma sutileza, uma energia enlatada que vai saindo em cada cena. Prestamos atenção atentamente a cada passo de Sarah, principalmente porque quando aparece em cena brilha e nos trás respostas a lacunas não preenchidas, resumindo, acaba sendo o ponto de intercessão de toda a trama.

Como em todo filme de Braff, uma ótima trilha sonora se mistura adequadamente às sequências. Falando no diretor, esse artista completo, é um dos poucos que conseguem dirigir e atuar com muito êxito em seus projeto. Quem não lembra do ótimo Hora de Voltar com Natalie Portman? Se continuar nessa caminhada de sucesso, a cada novo projeto que Braff assina mais ansiedade vai gerar aos amantes do bom cinema.