07/05/2015

Crítica do filme: 'Argus Montenegro e a Instabilidade do Tempo Forte'

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. Dirigido pelo cineasta Pedro Lucas, o documentário gaúcho Argus Montenegro e a Instabilidade do Tempo Forte é uma aula de história da musicalidade brasileira dos últimos 50 anos, contada pelo protagonista, o genial baterista Argus Montenegro. Usando a música, e principalmente as batidas da bateria, vamos aprendendo, por meio de curiosidades, um pouco mais sobre a cultura brasileira e todas suas origens relacionadas à musicalidade.

Nos curtos 80 minutos de projeção, vamos acompanhando histórias e mais histórias que envolvem as incríveis batidas de bateria e os dramas pessoais de Argus Montenegro. O personagem principal gosta de tocar Jazz e samba, virou uma referência em sonoridade, no ambiente musical, não existe quem não conheça Argus. Com suas baquetas frenéticas nas mãos e seu jeito cativante de Forrest Gump, esse velhinho viciado em bateria é um personagem super interessante, que merece ouvidos de todos atentos para suas eletrizantes histórias.

Nunca tirando do pé um all star das antigas essa verdadeira enciclopédia da música brasileira tem um temperamento forte, fruto talvez de sua espontaniedade e hiperatividade. Uma das partes mais legais do documentário, é quando Argus lista em voz alta (em um caderninho antigo) todos os cantores que ele já acompanhou com sua bateria, nomes como: Sergio Mendes, Tom Jobim, Elis Regina, Cauby Peixoto, Paulinho da Viola, Emílio Santiago, Aguinaldo Rayol e outros grandes músicos da música popular brasileira.


Além de tudo que listamos acima, é muito bonito ver um senhor de idade se divertindo no seu ‘brinquedo’ que vira diversão e seu ganha pão há tantos anos. Argus é um daqueles notáveis brasileiros, raros, que se desenvolvem e transformam-se fazendo aquilo que amam. Tá na alma, ta no coração. Vale a pena sentir essa emoção.