16/12/2015

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Crítica do filme: 'Creed: Nascido para Lutar'



Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer. Após o ótimo Fruitvale Station: A Última Parada, o cineasta californiano Ryan Coogler embarca em um projeto que resgata um dos grandes mitos do cinema norte-americano. Creed é uma espécie de mais um filme sobre o eterno Rocky Balboa, mas dessa vez, o lendário personagem lutador prefere ser o coadjuvante de uma ótima e criativa história que fala sobre grandes batalhas da vida. O grande destaque da fita é sem dúvidas a atuação maravilhosa de Sylvester Stallone que mostra que é possível resgatar um personagem quando ele é extremamente poderoso em cena.

Na trama, acompanhamos a história de Adonis Johnson (Michael B. Jordan), um homem marcado por uma infância conturbada e que nunca conheceu seu pai. Certo dia, anos depois de ser adotado pela ex-mulher de seu pai (o famoso pugilista Apollo Creed), Adonis resolveu investir na carreira de lutador e acaba se mudando para a Filadelfia, onde vai atrás de seu ‘Tio’, o famoso lutador Rocky Balboa (Sylvester Stallone). Assim, esses dois buscarão enfrentar cada um seu desafio, nessa etapa da vida.

Creed fala entre outras coisas do poder da família em nossos corações. Rocky sempre cuidou de todos os amigos e familiares ao seu redor ao longo de todos os filmes, dessa vez, é ele que também precisa de uma motivação extra para lutar a maior batalha de sua vida. Adonis chega na vida de Rocky para preencher de esperança a rotina, do agora comerciante, do ex-campeão. Os laços de afeto entre os dois são muito bem expostos na telona, exalam carisma em cena.  

O grande mérito do filme é ter Rocky Balboa mas o próprio ser muito mais lembrando por algumas sequências que lembram o maravilhoso personagem. Stallone, o ser humano que mais conhece o garanhão italiano na face da terra, coloca um ar de terceira idade (parecido um pouco com linhas de raciocínio de ‘Os Mercenários’) muito profundo e bonito, em algumas partes chega a emocionar. Não sei se podemos dizer que a grande atuação de Sly foi uma surpresa, talvez a característica mais marcante e/ou curiosa é a releitura do personagem se encaixar como uma luva no roteiro de Creed.