O poder das palavras vs o poder da ingenuidade. Lançado no
Brasil na primeira cine semana de 2020, O
Caso Richard Jewell traz à tona um famoso caso de grande repercussão nos
Estados Unidos na década de 90 que envolveu terrorismo, a força da mídia, e um
homem inocente que foi tratado como culpado. Dirigido pela lenda Clint Eastwood, o filme conta com
ótimas atuações (inclusive uma indicação ao Oscar para Kathy Bates na categoria
de Melhor Atriz Coadjuvante) e algumas polêmicas após seu lançamento por conta
de uma contestação de veracidade de familiares da jornalista responsável pela
exposição de Richard Jewell na lista de suspeitos.
Na trama, conhecemos a vida do ingênuo e trabalhador boa
praça Richard Jewell (Paul Walter Hauser),
um homem que consegue depois de muito tempo realizar seu sonho de trabalhar
como agente de segurança. Anos se passam e ele está trabalhando em um evento,
dentro das olímpiadas de Atlanta em 1996, quando acha suspeito uma mochila e dispara
a notícia de emergência para os demais agentes, só que minutos depois a mochila
com uma bomba explode. Mesmo com algumas poucas mortes, Jewell num primeiro
momento é tratado como herói nacional. Só que dias depois, agentes federais
pressionados por não encontrarem suspeitos, resolvem investigar Richard Jewell
e a informação vaza para a repórter Kathy Scruggs (Olivia Wilde) que com seu artigo consegue transformar o herói em um
vilão aos olhos da mídia. Completamente perdido, Richard só pode contar com sua
carinhosa mãe Bobi Jewell (Kathy Bates)
e um velho amigo e ótimo advogado Watson Bryant (Sam Rockwell) para provar sua
inocência.
Entre verdades e ficção, o filme navega na linha
investigativa, tendo bons trechos de profundidade sobre a personalidade
acanhada do protagonista e sua relação com sua parente mais próxima e seus
poucos amigos. O circo que é montado pela mídia talvez seja o retrato mais
impactante desse trabalho que se junta a outros na galeria de Eastwood em
mostrar histórias de norte americanos e seus dramas, nos últimos anos. Um dos
pontos de vistas é bem claro, a mídia como vilão causou repercussão em seu
lançamento, principalmente da maneira como fora conseguida a informação pela
repórter (verdade ou ficção?).