18/06/2025

Crítica do filme: 'O Último Respiro'


Baseado em uma história real que envolve uma das profissões mais perigosas do mundo, o longa-metragem O Último Respiro vai direto ao ponto, sem rodeios, ao reconstituir um resgate inacreditável – e até hoje considerado inexplicável – ocorrido a centenas de metros de profundidade no Mar do Norte. Sob a direção de Alex Parkinson, o filme conduz o espectador por uma narrativa intensa e cheia de tensão, onde o foco e a precisão exigidos pelo ofício se chocam com variáveis incontroláveis da natureza.

Ao longo de 93 minutos, acompanhamos a trajetória de Chris (Finn Cole), um mergulhador especializado em grandes profundidades, que é escalado para uma missão de manutenção em oleodutos submarinos, ao lado de Duncan (Woody Harrelson) e Dave (Simu Liu). Quando o navio que os leva começa a sofrer com o tempo ruim, Chris acaba ficando para trás com apenas 10 minutos de oxigênio emergencial restante. Correndo contra o tempo, Duncan, Dave e toda a equipe de comando no navio buscam soluções para trazê-lo de volta.

São 30 mil quilômetros de oleodutos – tubulações subaquáticas responsáveis pelo transporte de petróleo – cuja manutenção depende exclusivamente de mergulhadores de saturação, profissionais que passam longos períodos em grandes profundidades. Partindo desse cenário arriscado, o roteiro escolhe um recorte específico: uma intensa história de sobrevivência, que concentra seu foco no clímax e nas decisões cruciais de toda uma equipe, sem se aprofundar em muitas camadas narrativas.

Movimentando-se entre thriller e drama, uma fórmula eficiente acaba sendo imposta, indo direto ao centro de suas questões, algo que se difere de muitos outros filmes que retratam resgate e mostram o sopro da tentativa de sobrevivência. Soma-se a isso uma ótima direção e ótimas atuações. O projeto, com cenas de tirar o fôlego, teve locações em Aberdeen (Escócia) e em Malta, tendo o auxílio do documentário Last Breath como referência – também dirigido por Parkinson (ao lado de Richard da Costa).

Essa história é algo até hoje sem muitas explicações científicas. A água fria e a mistura de gases com alta pressão parcial de oxigênio pode ser algo que explique o retorno intacto do mergulhador. Mas até os dias atuais esse resgate bem-sucedido é um dos grandes mistérios do mundo e aqui nessa obra, que chegou na Prime Video em 2025, vemos com real impacto todo o mix de emoções que trabalhadores numa das mais arriscadas profissões do mundo podem passar a qualquer momento do seu perigoso ofício.