13/06/2017

Crítica do filme: 'Em Guerra por Amor (In Guerra per Amore)

Como o humor e a crítica podem andar lado a lado numa tela de cinema. Pierfrancesco Diliberto, conhecido como Pif, um dos artistas mais famosos da Itália atualmente, dirige, roteiriza e protagoniza essa ótima comédia, Em Guerra por Amor (In Guerra per Amore), recheada de críticas sobre as ações dos Estados Unidos em um dos recortes dos aliados na segunda guerra mundial. De maneira debochada e muitas vezes brilhante, Pif e companhia transformam uma mera comédia italiana em um filme forte e contundente que explica de maneira bem trivial um olhar interessante sobre a maior de todas as guerras.

Na trama, ambientada no início da década de 40, conhecemos um jovem muito simpático chamado Arturo Giammaresi (Pierfrancesco Diliberto) que está apaixonado pela filha do dono do restaurante onde trabalha. Sem ter muitos recursos, sendo imigrante em uma terra que está prestes a entrar com mais força na segunda grande guerra, consegue que o amor de sua vida, que está com casamento marcado com outra pessoa, consiga viver feliz com ele caso o mesmo vá até a Sicília na Itália e peça a mão dela ao pai da jovem. Sem ter como custear uma viagem extremamente cara na época, consegue se alistar no exército norte americano, pois, os Estados Unidos está recrutando pessoas que querem lutar e que falem bem os dialetos locais na Itália. Assim, colocando a vida em risco, embarca em uma viagem de grandes descobertas em meio a uma guerra que deixou cicatrizes em todos os habitantes desse planeta além de consequências durante décadas para frente por conta do papel da máfia nessa chegada norte americana a Itália.

O filme é uma ótima diversão. Faz rir muito, faz chorar, faz a cada sequência exalar em seu protagonista uma empatia fantástica. Lembrando filmes antigos de comédia em meio guerra, por isso talvez um certo ar nostálgico acompanha o projeto ao longo de toda a projeção, trata os detalhes de como os americanos entraram na Sicilia, com o auxílio da máfia e pessoas influentes ligadas ao crime ganhando poder para facilitar a entrada americana na cidade. Tudo é feito de maneira cômica, maneirada apenas nas convicções do tenente Philip Chiamparino (Andrea Di Stefano), personagem importante que se torna grande amigo do protagonista e também responsável pelo desfecho emocionante dessa bela história.

O romantismo não fica em segundo plano e Arturo ganha ajuda de coadjuvantes de luxo, e muito engraçados, como os amigos, um deles cego, que o ajuda a encontrar o pai de seu amor. O filme também não deixa de dar seu ponto de vista as desgraças da guerra, no filme representado mais agudamente por uma mãe e um filho que não tem o pai de volta quando os norte americanos resolvem soltar comunistas e antifascistas por conta de acordos duvidosos de poder.


Sem previsão de estreia no Brasil (Alô distribuidoras!!!), essa deliciosa comédia italiana é uma  uma bela, inteligente e bem humorada narrativa sobre as polêmicas relações entre as forças aliadas e a máfia italiana durante a Segunda Guerra Mundial.