A Netflix vem ao longo dos anos trazendo a possibilidade de encontrarmos rapidamente filmes de todos os lugares do mundo. Esse é o caso do longa-metragem italiano O Truque do Amor que dentro da sua proposta ingênua e nada criativa busca se agarrar em um discurso de reconstrução de um pai solteiro, sem grana, que comete absurdos e nunca encontra a consequência. Com personagens caricatos envoltos em situações para lá de peculiares, o projeto dirigido por Umberto Riccioni Carteni é um daqueles pesadelos para quem busca um filme bom pra assistir.
Tudo na vida do jovem pai solteiro Vito (Antonio Folletto) parece desmoronar.
Vive com o irmão Antonello (Vincenzo
Nemolato) em um prédio antigo onde os moradores estão indo embora, e para
piorar, sem dinheiro e com um emprego nada estável de meio período, está
prestes a perder a guarda do seu filho. Quando seu destino encontra com o da
rica empresária Marina (Laura Adriani),
Vito e o irmão bolam um plano para conseguir uma grana mas ele não esperava se
apaixonar.
Com todas as locações realizadas na linda cidade de Nápoles –
um lugar belíssimo diga-se de passagem - O
Truque do Amor e seu esqueleto repleto de ingenuidade trabalha sua
narrativa para tudo ganhar um ar engraçado – algo que se desgasta em poucos
minutos de projeção - deixando o desenvolvimento das relações em total segundo
plano. As suas mensagens ou mesmo pontos de reflexão surgem de uma série de
situações impossíveis que atravessam o desinteresse.
Do drama familiar – aqui revestido com o cômico absurdo –
comprometido com uma fórmula de bolo batida até as trapalhadas forçadas para se
chegar a um romance, o roteiro nos leva para uma caminhada rumo a um ilusório
universo. E falando em roteiro, dentro de uma estrutura básica, se atrapalha
com o desenvolvimento dos personagens chegando sem força nos pontos de viradas
que se propõe.