A californiana Amy Sherman-Palladino já é um nome bastante conhecido dos amantes das séries. Mente criativa por trás de sucessos como: Gilmore Girls e Maravilhosa Sra. Maisel, em 2025 chega com seu novo trabalho: Étoile: A Dança das Estrelas. Percorrendo os bastidores de duas companhias de balé de forma sarcástica e com muito humor, trazendo problemas atuais para uma arte centenária - além de um ótimo elenco - o projeto se consolida como uma obra-prima de oito episódios que emociona e faz rir na mesma intensidade tendo a cultura como força motriz.
Com um texto inteligente e empolgante – que nunca escapa de
seu discurso afiado - conhecemos os conflitos de bailarinos, administradores,
mães e filhas, pessoas influentes querendo se impor, além de trazer para
debates questões sociais importantes quando o assunto é contemplar em vez de
postar. Cheio de críticas pelas suas entrelinhas, essa nova série da Prime
Video é viciante, daquelas para maratonar em um único dia!
Jack (Luke Kirby)
é o administrador de uma renomada companhia de balé norte-americana que passa
por grandes sufocos na tentativa de renovar o interesse do público para os
espetáculos. Sofrendo do mesmo problema, Geneviève (Charlotte Gainsbourg) se encontra numa forte pressão dos
patrocinadores da sua companhia, também famosa, na França. Quando surge uma
mirabolante ideia, trocar os talentos para um intercâmbio durante um período, a
vida desses dois administradores trará conflitos que vão do céu o inferno.
O desenvolvimento dos personagens é algo que chama a
atenção. Nossos olhares se desdobram para acompanhar subtramas profundas que
logo atingem os epicentros dos sentimentos. Como não amar Geneviève –
interpretada pela fabulosa atriz Charlotte
Gainsbourg – uma mulher na casa dos 40 anos que vive um furacão no seu
presente, tendo que lidar com o problemas de seu trabalho e ainda se entendendo
no momento atual da vida pessoal. Outra personagem que chama a atenção é
Cheyenne (Lou de Laâge), um ponto de
encontro de muitos dos conflitos que aos poucos vai ganhando camadas para a
entendermos melhor.
Mas o ‘pulo do gato’ aqui é conseguir chegar ao interessante
por meio de bastidores de uma espécie de empresa. As vertentes administrativas
aqui ganham desdobramentos hilários, é um shoe de sofrimentos recompensadores
que saltam aos nossos olhos. O roteiro consegue adaptar o contemporâneo com uma
arte cultural centenária por meio dos deslizes das emoções e também do lado
moral. Mesmo quem não conhece o universo do balé vai se deliciar com os ótimos
debates que ganham tons provocativos através do sarcasmo em cada um dos
episódios.